Béla Tarr
Öszi Almanach é Tarr tal e qual o Tarr de Sátántangó ou de Werckmeister Harmóniák distanciando-se no entanto no pormenor de ser a cores (e que cores!) ao invés do habitual preto e branco que pontua os seus filmes mais aclamados, mais concretamente a partir de Karhozat.
Falar de Öszi Almanach, portanto, é falar naquilo que Tarr procura em quase todos os seus filmes (ainda não vi a sua fase inicial que é apontada como sendo inserida num realismo social, e por isso o quase), na grande preocupação do húngaro que se traduz na incompatibilidade humana relativa às relações pessoais e acima de tudo no viver socialmente em harmonia, demonstrando assim o seu pessimismo na natureza humana. Tudo se movimenta (e aqui não é só aquela espantosa forma de filmar mas também os planos, os ângulos (ele filma de todo o lado literalmente), a cor e as sombras) naquele ambiente, naquele mundo desolador, obscuro, repleto de desconfianças e de interesses. Aquelas cinco pessoas vivem num desespero constante, numa incessante procura de combater os medos e a solidão que os invade, a fome de amor (ou de afecto) que todos a demonstram.
Öszi Almanach é como todos os outros filmes de Tarr, um filme existencial, contemplativo e acima de tudo desolador (e juntamente com Bartas não há cineastas mais desoladores no mundo), sem esperança nenhuma na natureza humana e no mundo. Aqui Tarr usa as cores para exprimir o estado de espírito dos seus personagens ou para os definir naquele momento, para mostrar o verdadeiro ser daquele indivíduo que está ali à nossa frente. Öszi Almanach é filme sobre a perversidade humana, sobre a “teia” que se cria naquele “mundo” onde não há confiança, não a pode haver e nunca haverá, mundo onde primeiro se diz que a ama e depois a rouba, mundo onde a promiscuidade caminha à superfície das relações, onde se é violada e onde se volta ao violador, mundo de traições e de ganância, mundo do incitamento à loucura e à depravação, mundo da dissimulação e da hipocrisia. Coisa que constantemente brada a morte para os seus personagens a usarem como intimação inalterável da condição humana e do caos, da decadência, onde se procura sempre e sempre e sempre chegar à alma, ao fundo da alma humana, dos seus medos, desejos e da (des)esperança na redenção. Como é belo o cinema de Tarr!
Falar de Öszi Almanach, portanto, é falar naquilo que Tarr procura em quase todos os seus filmes (ainda não vi a sua fase inicial que é apontada como sendo inserida num realismo social, e por isso o quase), na grande preocupação do húngaro que se traduz na incompatibilidade humana relativa às relações pessoais e acima de tudo no viver socialmente em harmonia, demonstrando assim o seu pessimismo na natureza humana. Tudo se movimenta (e aqui não é só aquela espantosa forma de filmar mas também os planos, os ângulos (ele filma de todo o lado literalmente), a cor e as sombras) naquele ambiente, naquele mundo desolador, obscuro, repleto de desconfianças e de interesses. Aquelas cinco pessoas vivem num desespero constante, numa incessante procura de combater os medos e a solidão que os invade, a fome de amor (ou de afecto) que todos a demonstram.
Öszi Almanach é como todos os outros filmes de Tarr, um filme existencial, contemplativo e acima de tudo desolador (e juntamente com Bartas não há cineastas mais desoladores no mundo), sem esperança nenhuma na natureza humana e no mundo. Aqui Tarr usa as cores para exprimir o estado de espírito dos seus personagens ou para os definir naquele momento, para mostrar o verdadeiro ser daquele indivíduo que está ali à nossa frente. Öszi Almanach é filme sobre a perversidade humana, sobre a “teia” que se cria naquele “mundo” onde não há confiança, não a pode haver e nunca haverá, mundo onde primeiro se diz que a ama e depois a rouba, mundo onde a promiscuidade caminha à superfície das relações, onde se é violada e onde se volta ao violador, mundo de traições e de ganância, mundo do incitamento à loucura e à depravação, mundo da dissimulação e da hipocrisia. Coisa que constantemente brada a morte para os seus personagens a usarem como intimação inalterável da condição humana e do caos, da decadência, onde se procura sempre e sempre e sempre chegar à alma, ao fundo da alma humana, dos seus medos, desejos e da (des)esperança na redenção. Como é belo o cinema de Tarr!
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