Claude Chabrol
De Les Biches digamos que é filme que tudo deve a Hitchcock, a Stahl, a Sirk, a Ray, a Hawks e a Ford, digamos que é filme de todo o esplendor classicista americano em pleno berço da nouvelle vague, mas essencialmente é filme que tudo deve ou tudo quer dever ou homenagear a Preminger e acima de tudo ao seu Bonjour Tristesse. São planos e enquadramentos e sombras e crepúsculos a rasgar o ecrã, ode ao classicismo americano e a essa monstruosidade de filme que é Bonjour Tristesse.
Thriller onde desde cedo se adivinha a tragédia ou direi antes que desde cedo se avizinha a ambiguidade daquele relacionamento que se cria entre aquelas duas mulheres sedutoras e misteriosas, onde tudo leva ao inevitável culminar fatídico da obsessão. Les Biches nada mais faz que deambular entre essa obsessão que resulta da sedução para acabar na tragédia. Fá-lo dentro de todo o mistério da própria sedução e dos próprios protagonistas, criando não só uma ambiguidade moral nos seus relacionamentos, nos seus desejos e nas suas acções como no desconhecimento total (ou quase total) daquilo que ao passado destes diz respeito. Força incomensurável que atrai Paul para aquelas mulheres, algo tão vivo e tão despojado de responsabilidade ou de receio no envolvimento, tudo a transbordar sensualidade nos olhares, nos gestos, nos movimentos, na forma em toda a sua forma em que aquelas duas mulheres irradiam não só sensualidade como total desinibição, total libertinagem, coisa do Maio de 68 que “batia à porta”, emancipação total da mulher ou coisa de riquinhos sei lá, desejo sexual lascivo estampado nos rostos daquele trio, a obsessão em crescendo com o filme, a mise-en-scène de Chabrol. Grande Chabrol.
Thriller onde desde cedo se adivinha a tragédia ou direi antes que desde cedo se avizinha a ambiguidade daquele relacionamento que se cria entre aquelas duas mulheres sedutoras e misteriosas, onde tudo leva ao inevitável culminar fatídico da obsessão. Les Biches nada mais faz que deambular entre essa obsessão que resulta da sedução para acabar na tragédia. Fá-lo dentro de todo o mistério da própria sedução e dos próprios protagonistas, criando não só uma ambiguidade moral nos seus relacionamentos, nos seus desejos e nas suas acções como no desconhecimento total (ou quase total) daquilo que ao passado destes diz respeito. Força incomensurável que atrai Paul para aquelas mulheres, algo tão vivo e tão despojado de responsabilidade ou de receio no envolvimento, tudo a transbordar sensualidade nos olhares, nos gestos, nos movimentos, na forma em toda a sua forma em que aquelas duas mulheres irradiam não só sensualidade como total desinibição, total libertinagem, coisa do Maio de 68 que “batia à porta”, emancipação total da mulher ou coisa de riquinhos sei lá, desejo sexual lascivo estampado nos rostos daquele trio, a obsessão em crescendo com o filme, a mise-en-scène de Chabrol. Grande Chabrol.
5 comentários:
Não conheço este, mas Chabrol é sempre aquela cena... :)
Ainda não o vi, já viste o Juste Avant la Nuit? Muito bom. Recomendo também Le Boucher, muito a propósito de velho Hitchcock. :)
Não Carlos, ainda não vi nenhum desses mas quero ver eheh
Este post despertou-me a vontade de rever o cinema do Claude Chabrol do final dos anos 60, princípios dos 70. Na altura vi-os a todos (ou quase todos), mas já não me lembro de muitos deles. Com excepção do "Le Boucher" que continua bem presente na minha memória. A madame Chabrol (Stéphane Audran era na altura uma mulher bem sensual...
O Rato Cinéfilo
Era sim senhor ;)
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