"É nesse sentido que Jeff Bridges, agora com a pala no olho direito, encarna a má disposição sardónica de Rooster como algo levado ao limite do risível. Aquela já não é só símbolo de protecção do interior ferido do herói, mas agora também espaço performativo. Como se falar a sério exigisse ter «tomates» para a ironização. E é nesse sentido, que, como se diz, «the dude meets the duke», falando-se da junção Wayne, Jeffrey Lebowski, famosa composição de Jeff Bridges em THE BIG LEBOWSKI. Nesse sentido ainda, o overacting de Bridges, até de Damon de língua rachada, terceiro elemento desta perseguição, ou o «testamento» final de Mattie Ross. Tudo são marcas que, ora nos soa a degradação de algo pequenino na sua ambição mas intocável, ora se verte em reposicionamento de um olhar. É esse movimento de perplexidade, o carácter indomável de TRUE GRIT, que é tido como o seu principal pecado. Pecado que, como qualquer um que se preze, convém estimar."
Carlos Natálio em Ordet
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