8 de março de 2020




a registar:

(2019) The Irishman - Martin Scorsese
(2013) 52 Verões - Fábio Cunha
(2015) Mia Madre - Nanni Moretti
(1980) Mon oncle d’Amérique - Alain Resnais
(2017) A Fábrica de Nada - Pedro Pinho
(2015) Taklub - Brillante Ma Mendoza
(2018) Santiago, Italia - Nanni Moretti
(1961) Portrait of François Truffaut - Serge Leroy
(1934) The Lost Patrol - John Ford
(2018) A Portuguesa - Rita Azevedo Gomes
(2019) Once Upon a Time... in Hollywood - Quentin Tarantino
(2019) Uncut Gems - Josh Safdie, Ben Safdie
(2019) Marriage Story - Noah Baumbach
(2006) Offside - Jafar Panahi
(2010) This is not a film - Jafar Panahi, Mojtaba Mirtahmasb
(2015) Taxi - Jafar Panahi
(2019) Dolor y Gloria - Pedro Almodóvar
(1954) Uwasa No Onna - Kenji Mizoguchi
(1964) Suna no Onna - Hiroshi Teshigahara
(2018) At Eternity’s Gate - Julian Schnabel
(2019) Richard Jewell - Clint Eastwood
(1979) Les Soeurs Brontë - André Téchiné
(2007) Le voyage du ballon rouge - Hsiao-Hsien Hou
(2003) Sharasôju - Naomi Kawase
(2008) Vision - Naomi Kawase
(2018) Jiang hu er nü - Jia Zhang-ke
(2013) Soshite chichi ni naru - Hirokazu Koreeda
(1960) North to Alaska - Henry Hathaway
(2019) Honeyland - Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
(2019) Little Women - Greta Gerwig
(2016) Ta’ang - Wang Bing
(1989) Beiqíng chéngshì - Hsiao-Hsien Hou


revisões:

(1970) Patton - Franklin J. Schaffner
(1979) Alien - Ridley Scott
(1966) La guerre est finie - Alain Resnais
(2006) Apocalypto - Mel Gibson
(1982) Fanny och Alexander - Ingmar Bergman

6 de março de 2020


(2019) Honeyland, Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov


Sobre Honeyland, talvez o filme mais notável que vi nos últimos dias (num âmbito geral e não pessoal [aí o Woman in the dunes do Teshigahara e o Ash is the purest white do Zhangke prevalevem]), só duas ou três coisinhas acerca daquilo que o filme me pareceu:

Longe da perfeição, num filme que deambula entre o documental e a ficção - é precisamente aí que lhe encontro a maior fraqueza (onde outros provavelmente lhe encontrarão o oposto) -, numa procura incessante (distanciando-se assim dum Wiseman ou um Bing ou um Loznitsa, mas procurando [ainda que permaneça longe, muito longe] “seguir” pegadas tanto “ancestrais” [Flaherty à cabeça, Rouch…] como “contemporâneas [lembro-me de Bing e das suas percussões similares como A Fossa ou As três irmãs] - e falo na procura da forma ou da narrativa e não da temática, obviamente -) dum enredo ficcional ou que “prenda” o espectador. Ainda assim, a Honeyland atribua-se-lhe a singeleza e a simplicidade e o intimismo da história, a fuga aos clichés narrativos e gráficos nessa constante (ainda que viva lado a lado com a procura do enredo e de uma certa forma de “romancear” o filme e, portanto, longe dum Alonso e do seu La Libertad ou dum Bartas e do seu Few of Us) procura de filmar os passos daquela mulher e da sua rotina diária, a humanização das suas personagens e do mundo/natureza numa esperança luminosa e radiosa (e o amarelo simboliza isso mesmo) ainda que a ganância e a malicia vivam ali ao lado (numa certa metáfora sobre a integridade urgente que o ser humano precisa compreender e aceitar na sua relação com o mundo e tudo que o compõe) e onde a resignação dá lugar à aceitação.