Maurice Pialat
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Pialat filma tudo simples e directamente, na procura do realismo, da crueza, na explosão iminente dos histerismos uivantes daquela família disfuncional e desmembrada a pouco e pouco, coisa física entre os personagens, demasiado físico em tudo o que rodeia aquela história duma adolescente que perde a virgindade por um acaso num acto irreflectido de revolta. Revoltosa passará a ser, para com o mundo mas sobretudo para com a mãe, semblante oposto ao seu, espírito rebelde e autónomo, a candura que se perdeu e que resultou nessa índole agridoce para com a vida, disposta a tudo porque para ela tudo vale e nada é suficiente, refazer da vida na sombra do erro, do primeiro erro, o primeiro amor que será sempre o único porque o restante percurso é fruto do seu erro, é a procura desse amor em outros tantos amores que ela sabe nunca ser igual ao primeiro, porque do primeiro resta a candura - amor de criança - coisa pueril, antagonismo de tudo o resto em que ela mergulha. À Nos Amours, filme da descoberta.
2 comentários:
Um filme de que gostei bastante quando o vi na altura da estreia. Preciso de o rever um dia destes.
O Rato Cinéfilo
Muito bom mesmo. Adorei.
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