Valerio Zurlini
La Ragazza con la Valigia estoura, rebenta, brota, faz tudo e mais alguma coisa nestes termos de explosão, tudo ali à nossa frente a clamar, a bradar pelo cinema. Brutal é dizer pouco, monumental ou qualquer coisa tão grande mas tão grande que indubitavelmente tem de explodir, de eclodir, de rastejar tão dentro da beleza do cinema de tão visceral que é, de tanto bradar pelo amor, pela candura da paixão jovial, pela beleza da mulher e pela iniquidade masculina. Zurlini, mestre dos movimentos de câmara (ah Fassbinder quanto vieste tu aqui “beber”!). La Ragazza con la Valigia, filme da doçura do primeiro amor, do arrebatamento que causa, do sentido ilusório tão presente, da amargura que deixa, que marca, filme de dois seres perdidos no mundo que por momentos se encontram (porque ela no fundo sabe que acabada a adolescência finda também essa candura), filme da resignação. Grandioso.
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