2 de maio de 2011

His Girl Friday (1940)
Howard Hawks

His Girl Friday é filme de génio, se não for a melhor screwball comedy jamais feita anda lá muito perto. É que não é só os diálogos ou o desencadear das peripécias e o seu ritmo frenético, é o espaço ou o seu sentido de espaço que enche o ecrã, a forma como Hawks filma aquilo tudo, quase sempre naquelas paredes (ou noutras) ali dentro numa claustrofobia frenética com o entrar sair entrar sair de pessoas e abrir fechar abrir fechar portas, os planos e os enquadramentos, é tudo a fugir dos facilitismos das comédias românticas (a história do criminoso e como isso preenche um espaço no enredo que outro cineastazeco teria aproveitado para explorar a lamechice do costume nestas comédias românticas). Aliás, Hawks foge a isso tanto quanto pode, ao romantismo, busca incessantemente a comédia e a sátira ao jornalismo e no meio disto ainda dispara contra a política. Genial.

5 comentários:

Jorge Teixeira disse...

Genial mesmo! Uma excelente comédia, daquelas que infelizmente já não se fazem. E é isso tudo que dizes, e bem, Hawks consegue nos prender a atenção do início ao fim com uma avassaladora capacidade de entretenimento e ainda nos pôr a reflectir sobre o valor, a integridade e profissionalismo inerente a qualquer actividade, no caso o jornalismo (propício a extremos). De génio.

Assim de repente lembro-me de outro clássico parecido, o Arsenic and Old Lace do Capra, que também é capaz de possuir tamanhas qualidades, ou ainda o fantástico Some Like It Hot do Wilder . E é por estas que constato cada vez mais - não há comédias puras como antigamente, e aqui sou mesmo saudosista :)

abraço

João Palhares disse...

Daqueles filmes que se começo a ver não consigo parar, tem de ir até ao fim. É de uma dinámica (diálogos, personagens, montagem) prodigiosa!

Unknown disse...

Um dos meu favoritos do Hawks, um dos muitos geniais...

Rato disse...

Peca apenas por um excesso de diálogos, tipo "metralhadora", à semelhança do filme do Wilder "One Two Three", o que lhe retira um pouco a carga cinéfila que uma obra do cinema deve ter sempre presente.
Já os magníficos trabalhos do Capra e do Wilder, citados pelo Jorge, são filmes muito mais assíduos aqui por casa.
O Rato Cinéfilo

Unknown disse...

Grande grande filme! Genial mesmo!

É o meu preferido do Hawks, se bem que ainda vi poucos... :)