17 de abril de 2011

Winter’s Bone (2010)
Debra Granik

Winter’s Bone é, no que a cinema diz respeito, das melhores coisinhas que os Estados Unidos lançaram no ano transacto. Não que seja uma obra (melodrama, film noir) que se transcenda ou imaculada, sem falhas, mas porque no seio da enxurrada fútil e sem alma que Hollywood produz por ano (lembro-me de Frozen River como outro exemplo disso mesmo em 2008), Winter’s Bone consegue afirmar-se como um grande filme que, inserido no realismo moderno em voga nos dias de hoje (onde se vislumbram influências dos Dardenne), aposta na crueza e no sentido político/crítico para explorar uma América profunda, sombria e “esquecida” onde a lei é coisa perdida. Mas o que realmente interessa é que a cineasta soube fugir aos facilitismos, aos clichés, ao sensacionalismo, à pirotecnia do costume numa história que o permitia. E isso é de enaltecer por terras do tio Sam.

9 comentários:

Anónimo disse...

Eu achei-o fraquito pá... :)

Álvaro Martins disse...

Porquê?

Anónimo disse...

Não acho que tenha fugido aos clichés. Á pirotecnia sim, e a única coisa que realmente gostei foi a fotografia e algumas interpretações... de resto achei-o banal :)

Álvaro Martins disse...

Um ou outro cliché que quase todo o filme tem Neuroticon ;) de resto, de banal não tem nada. Banal e clichezado era se em vez daquilo a rapariguinha tivesse pelo meio um romance, desata-se a chorar em algum momento, cenas de vingança e coisas dessas. Aqui pelo contrário nunca vemos disso, o que interessa ali é tentar provar que o pai está morto para não perder a casa, mais nada. Eu gostei do filme, o qb, não é nenhuma obra-prima mas relativamente à merda que o cinema americano nos oferece actualmente, este é uma pérola eheh

João, sim o Frozen River é brutalíssimo, estou a precisar de o rever um dia destes ;)

Flávio Gonçalves disse...

Concordo contigo Álvaro :)

Álvaro Martins disse...

;)

Sam disse...

Gosto do aspecto raw deste filme, onde as personagens são quase tão "animalescas" quanto a natureza que as rodeia.

E, finalmente, um filme onde o redneck não aparece como um criminoso abrutalhado ou acéfalo...

Óptimo filme, sem dúvida.

Álvaro Martins disse...

Exacto Sam, é mais um dos clichés habituais a que foge.

Enaldo Soares disse...

Vi-o ontem. Gostei imenso. Concordo contigo. Inclusive o final "sem fim" corrobora a perspectiva de filme "realista". Incomum em matéria de cinema estadunidense contemporâneo. Uma pancada no "american dream".