成瀬 巳喜男 Mikio Naruse
Maihime, filme da resignação ou da aceitação do destino, coisa amorfa e brutal na brutalidade do destino ou das escolhas da vida que resultam no destino. Filme pessimista, triste e descrente no ser humano, na essência do ser humano, crueldade das escolhas ou da necessidade das escolhas ou da consciência humana, coisa terrivelmente anacrónica a remissão do pecado ou a brutalidade da renúncia do amor e da carreira pela família ou pelos filhos, coisa sacrificial, toda a infelicidade do mundo naquela mulher, naquela família. A esperança do outro que sempre espera, a máxima que às portas da morte ressalva o futuro da nova geração “Bailarinas…bailarinas dançam”, a força que este último “grito” do moribundo tem na alma daquela bailarina, filha de quem rejeitou esse dançar pela família e pelos filhos, filha que quase cai no erro da mãe, coisas do pós-guerra indubitavelmente, terrível abarcamento da depressão do pós-guerra que se espelha naquela mulher, no seu sofrimento ou auto-sofrimento, negrume dos negrumes no caos daquela família onde tudo é passado a viver o presente, um último suspiro pela conquista da felicidade e do amor proibido mas que face aos filhos se volta a rejeitar. Maihime é acima de tudo um manifesto da tristeza, da renúncia ao amor e à felicidade, do sacrifício da mulher. Grande filme.
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