28 de junho de 2010

Sang Sattawat (2006)






Sang Sattawat retoma a narrativa bifurcada que nos apresentou em Sud Sanaeha e Sud Pralad. Mas aqui Apichatpong cria um filme visualmente contemplativo, lírico e meloso. Sang Sattawat traz-nos, em determinados momentos, planos-sequência à Tarr, seja a contemplar a natureza, seja a admirar estátuas ou bustos de divindades e figuras célebres tailandesas. Dividido entre uma primeira parte feminina e uma segunda masculina, Sang Sattawat é filme sobre o tempo e sobre a memória (que é como quem diz sobre a reincarnação [como o é também Sud Pralad]). O filme é poético e lírico, mas é sobretudo uma reflexão sobre os costumes tailandeses (medicina tradicional e moderna, o budismo...). E das duas partes bifurcadas pelos mesmos momentos distinguidos pelo seu meio (primeira parte/feminino e rural, segunda parte/masculino e urbano), quase tudo se repete como uma reincarnação. Sang Sattawat é um olhar ambíguo para a sociedade tailandesa, o contraste entre o tradicional e o evolucional (aqui directamente ligados na medicina). É um filme belo, atractivo para quem gosta de cinema contemplativo, sensorial. Acima de tudo, Sang Sattawat dispensa linearidades e narrativas, define-se como um poema visual. Memórias.

1 comentário:

Álvaro Martins disse...

Não desgostei mas não chega aos calcanhares do Sud Pralad nem do Sud Sanaeha.