1 de junho de 2010

Ordet - A Palavra (1955)

































Há dias revi Ordet, obra-prima intemporal.

Como disse Bénard, Ordet é o filme do amor. Beleza das belezas do cinema, Ordet é fé, o Verbo. É vida. Filme da ressureição (novamente Bénard), Ordet é só um dos melhores filmes de sempre. Existem poucos com a intensidade de Ordet, poucos filmes tão belos e tão puros como esta obra-prima de Dreyer. E a Bénard é quase impossível não recorrer (a ele voltarei) quando se fala de Ordet, pois Bénard soube como ninguém falar de Ordet.

Filme de Johannes e de toda a sua fé inabalável (ou direi de Dreyer), filme de planos-sequência sim, mas também filme de cenários, de enclausuramento, de teatralidade (falando do espaço). Filme de paixão, de Deus. E reparando bem, as dunas e o vento de que Bénard falava (enfim, a natureza) são somente filmadas quando se procura por Johannes, quando algo se relaciona com ele. A fé de Johannes (o louco que julga ser Cristo) simboliza a liberdade, simboliza a alegria natura. Ao contrário, toda a falta de fé (Mikkel) ou o esmorecer dessa fé (Morten Borgen - o patriarca) resulta naquele enclausuramento, naquele ambiente sombrio e de descrença da casa dos Borgen, essa metáfora da falta de fé. E tudo se resume à fé e ao amor.

Como diria o João neste artigo, largaria todos os filmes do mundo e ficaria com este.

1 comentário:

Unknown disse...

Obra-prima, sem dúvida.