2021, Babi Yar. Context, Sergei Loznitsa
30 de dezembro de 2022
2021, Babi Yar. Context, Sergei Loznitsa
21 de dezembro de 2022
An Cailín Ciúin, Colm Bairéad, 2022
19 de dezembro de 2022
7 de dezembro de 2022
1972, Fratello sole, sorella luna, Franco Zeffirelli
20 de novembro de 2022
12 de novembro de 2022
7 de novembro de 2022
30 de outubro de 2022
29 de outubro de 2022
1953, Koibumi (Carta de amor), Kinuyo Tanaka
“aquele que nunca pecouque atire a primeira pedra”João, 8:1-11
17 de outubro de 2022
1965, A Falecida, Leon Hirszman
21 de setembro de 2022
Noite Vazia, Walter Hugo Khouri, 1964
18 de setembro de 2022
They were expendable, John Ford, 1945
4 de setembro de 2022
Ao cinema de Muratova atribua-se a capacidade de atingir o surrealismo embrenhado num certo tipo de grotesco ou bizarria, alicerçado num ambiente caótico e, frequentemente, num absurdismo específico e sarcástico, muito próprio e identitário da cineasta. Na verdade, todo o seu cinema está mergulhado num sentido de alienação e de desolação, principalmente Astenicheskiy sindrom (The Asthenic Syndrome) e as obras pós-sovéticas, talvez sinal dum acentuar da perda de identidade nacional que se estende ao individuo, e por isso as suas personagens parecem andar sempre à deriva. É, portanto, um cinema caracterizado pelo insólito - quer narrativa quer visualmente -, pelo seu humor negro e pelo surrealismo, sendo raro vermos no cinema de Muratova alguma coisa linear. De facto, as grandes influências em Muratova parecem ser Chaplin e Buster Keaton, e sobretudo em Vechnoe vozvrashchenie (Eternal Homecoming) e em Dva v odnom (Two in One) é onde a influência da pantomina dos dois mestres é mais realçada; Parajanov, principalmente o seu ascetismo, um certo tipo de rudimentarização e/ou primitivismo; e a nouvelle vague, com a sua descontinuidade temporal e narrativa (sobretudo Godard e Resnais), principalmente em filmes como Korotkie vstrechi (Breves Encontros) e Poznavaya belyy svet (Getting to Know the Big Wide World), onde existe uma presença existencialista mais expressa, mas também onde a convencionalidade cinematográfica mais está presente.
22 de agosto de 2022
20 de agosto de 2022
1951, Cielo Negro, Manuel Mur Oti
13 de agosto de 2022
10 de agosto de 2022
Últimas coisas vistas, entre filmes da Muratova, Bressane e revisões do Stalker, A torinói ló e Madam Satan do DeMille, quatro filmes de Grémillon, portentosas obras, maravilhamento total pelo cinema clássico francês. Lumière d'été, safra de 43, é noir que transpira tragédia desde o início, desde aquela chegada de Michele ao hotel, coisa progressiva que vai revelando a personalidade das personagens, coisa negra que se serve da distância entre as personagens para cavar o fosso de trevas que se vai revelando e crescendo… onde nuns existe amor, noutros há obsessão, caminho demoníaco, as trevas dominam Patrice como no passado já o haviam dominado, o destino afigura-se trágico e aniquilador. Lumière d'été é um portento de filme.
20 de julho de 2022
5 de julho de 2022
9 de junho de 2022
1983, Sredi serykh kamney, Kira Muratova
Sredi serykh kamney, filme mutilado que fez com que Muratova o rejeitasse, coisa de 83 mas só lançada a 88, na altura creditado a Ivan Sidorov precisamente pela recusa de Muratova em assinar o seu nome, acção de protesto pela censura sofrida e consequente mutilação do material filmado, ainda assim é coisa preciosa, estilisticamente áspera e rudimentar na esteira dum Parajanov, duma Shepitko, Klimov ou Pasolini…
Entre as pedras cinzentas, que na sua crueza e asperidade encontra a poética necessária para adaptar o conto de Korolenko, é na verdade a procura das memórias de processos traumáticos na infância. Vive da nostalgia como quem vive do pão, mas foge da exposição ao sentimentalismo como o diabo foge da cruz. O ritmo que Muratova consegue imprimir ao filme é vertiginoso e, de certa forma, tipicamente soviético (ou daquela era). É, no entanto, a procura da abstração que fazem do filme coisa preciosa, a deambulação de Vasya entre o contraste social dos dois “mundos” explorados, na ânsia de colmatar o vazio deixado pela perda recente da mãe, traz ao filme não só essa abstração narrativa, como um conflito interior e emocional daquela criança.
O que me parece em Entre as pedras cinzentas é que Muratova procura estender um certo tumulto interior, não só de Vazia como de seu pai, ambos em processo de luto e de dor, ao caos frenético que se vive naquela casa, como se o exterior fosse uma extensão do interior daqueles dois seres em redescoberta interior e readaptação ao mundo que os rodeia. É talvez por isso que Vasya procura o oposto a que tem em casa, ainda que encontre outro caos idêntico, numa tentativa imaculada e cândida de encontrar o afecto que perdeu da mãe e o que lhe é negado pelo pai, imerso também ele na sua dor e no seu conflito interior. Não deixa, pois, de ser curioso, que seja na manifestação de afecto de Vasya para com Marusya, que a catarse de pai e filho seja desencadeada e culmine no final, como se Muratova nos quisesse dizer que a cura é o amor. Maravilhoso!
4 de junho de 2022
30 de maio de 2022
Últimos filmes vistos, duas obras de Duvivier assombrosas, negras como a noite... apenas umas coisinhas sobre elas:
7 de maio de 2022
2011, Nana, Valérie Massadian
12 de abril de 2022
2020, Février, Kamen Kalev
19 de março de 2022
11 de fevereiro de 2022
O filme de Kaneto Shindô é coisa singela e duma beleza que me parece exclusiva a alguns… àqueles de destreza, de grandiosidade, àqueles dum outro tempo e outro cinema… não há hoje em dia cineasta que consiga filmar aquele sentimento, aquela simplicidade!... não há hoje cineasta que filme assim a tragédia… ou se os há são parcos, raros… hadaka no shima é desmesuradamente observacional, minucioso nos detalhes, nos ritos, na mecanização e automatização do processo laboral ou rural, nos gestos, nos trajectos… a dada altura veio-me à memória o finis terrae do Epstein, a mesma obstinação nos processos humanos e laborais em detrimento do enredo em si, a quase “documentarização” do objecto filmado, apenas interrompido pela chegada da tragédia anunciada. Ainda assim, quando esta acontece, a tragédia, o registo cinematográfico adoptado até ali não muda, à primeira vista pode até parecer que existe ali uma certa frieza quando apenas se filma a aceitação e a resignação… e os planos finais imersos na explosão da dor, da confrontação do pilar mais forte daquela família numa reacção oposta a outra anterior (lá no início do filme... nada de dor aí, apenas a reacção ao erro da mulher), compreensão e amadurecimento, a dor a moldar o homem, surgimento dum novo homem… são coisas idílicas ainda que abalroadas por certos primitivismos, ainda que a tragédia e a dor tentem usurpar grande parte dessa singeleza. Enorme!
5 de fevereiro de 2022
Guerra, José Oliveira e Marta Ramos, 2020
4 de fevereiro de 2022
1 de fevereiro de 2022
20 de janeiro de 2022
The Power of the Dog, Jane Campion, 2021
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Nunca antes um filme foi tão sublime, tão esplêndido. Magnífica obra-prima de Milos Forman que junta a melhor obra do realizador tal com...