29 de abril de 2010

Vi até ao minuto 17, mais coisa menos coisa. Não tenho tempo para perder com estes filmezecos.

9 comentários:

Diogo disse...

17 minutos nem para começar a ver dá, aquecer (se aquecer), só começa depois dos 45 min, como podes dizer que é um filmezeco?

Álvaro Martins disse...

Diogo, começa logo com berros, com histerismos, com choraminguices. E tudo tão fingido por parte do Ed Harris, começou-me logo a meter confusão.
Mas tens razão, para criticar tem que se ver até ao fim (vou ver mas hoje não estou com pachorra e duvido que vá alterar a minha opinião).

FLAMES (Mariana e Roberta) disse...

Olá!

Antes de mais queremos agradecer a tua visita ao nosso blog.

Em relação a Parnassus, de facto vimos mais do que 17min pois o dinheiro gasto nos bilhetes de cinema não nos permitiram saír de consciência tranquila da sala, senão era o que faríamos.
Quanto a Avatar, sem ser a maior obra prima do cinema, consegue entreter-nos até ao fim, fazendo-nos passar um bom momento no cinema.

Lá está...são gostos!!

Beijos

Diogo disse...

Começar dessa forma, não vejo porque não - faz parte da vida, e um documentário é o que mais reproduz. Sei que o Pollock não é um documentário, mas um filme biográfico, se usa a ficção é como forma de «upgrade» expressivo, artístico, ao facto. O facto é um documento.

Eu nunca vi o filme nem me interessa, porque a arte do Pollock interessa-me pouco também - e com a arte vai a pessoa, logo, é uma visão «ingrata»...

Mas para quem se interesse, será um filme que acrescenta algo, e acredito que esteja bem realizado, boas performances dentro do possível, senão não teria 7.1. Competente, profissional, como aliás, outros filmes que retratam [ou documentam] a vida de artistas. O último que vi do género foi o do Saudek, um documentário real, com o próprio Saudek, visões, background todo, etc. Gostei, bem realizado, profissional. É o que se quer...

Uma biografia não pode ser preocupada em imaginar, reproduz... e só terá interesse desse ponto de vista, nunca de uma forma artística. É história em imagens, sem a inflação da experiência artística/imaginativa.

Se tudo são histórias...

Se tu, como eu, gostas do cinema enquanto arte, filmes deste género, eu pelo menos, nem equaciono sequer, a não ser, claro e como já expliquei, que o «objecto» do filme me interesse...

Enfim, só não gostei desse rótulo «filmezeco» pelo que já expliquei e, mais óbvio, por ser uma pessoa que partilha/ou a minha actividade, apesar de não apreciar a visão que o Pollock tem da arte.

(mesmo que apreender a «técnica» de um filme)

Álvaro Martins disse...

Eu nem conheço a arte, nem sabia quem era o tipo, nem nunca tinha ouvido falar do homem. A pintura é arte que pouco me interessa. A questão não é essa, a questão aqui é o filme/cinema, independentemente de ser biográfico ou não. E como cinema não me agradaram os tais 17 minutos - e se 17 minutos (ainda para mais os iniciais) não me agradaram, então julgo que vendo o filme inteiro irei ter a mesma opinião, ou pior.
Não dou valor a notas, sejam de IMDB (presumo que seja daí essa nota que referiste) ou doutro sítio qualquer.
As interpretações pareceram-me muito forçadas, principalmente a do Ed Harris.

Quanto a
"Uma biografia não pode ser preocupada em imaginar, reproduz... e só terá interesse desse ponto de vista, nunca de uma forma artística. É história em imagens, sem a inflação da experiência artística/imaginativa."
nunca disse que a falha era o argumento. O que não gostei nos tais 17 minutos foram os embelezamentos, os histerismos, as ornamentações, enfim, aquele tipo de cinema.

Diogo disse...

Imagina uma pessoa histérica? Reproduzes isso em imagens como?

Só uma suposição - não sei o que te incomoda no histerismo, tu que és existencialista, até parece contraditório.

É normal que um filme biográfico de uma figura tão importante para o «novo paradigma» da arte moderna seja tratado de uma forma mais abrasiva, de estética, digamos, familiar. Ser um exercício narcísico já é ele, como conteúdo.

http://www.youtube.com/watch?v=z0xiovbDML0

Normalíssimo, bem dirigido, e até mais interior do que o imaginava...

Pollock, não conhecer Pollock... sinceramente, Álvaro, tu com tão bom gosto artístico (do que posso depreender do que apresentas) e não conheces Pollock? É, para qualquer pessoa mais ou menos ignorante, um daqueles nomes/figuras de bolso...

Álvaro Martins disse...

Falo de histerismos gratuitos, "falsos", desnecessários percebes? Berros estupidificados. Tudo muito fingido, cinema para vender. Não digo que um filme biográfico não tenha de ser assim, mas comparando, gostei bastante do Basquiat, diferente deste (do pouco que vi claro).

Até pode ser que esteja a ser injusto, que se vir o filme até ao fim fique com outra ideia, mas depois daquele começo, lembrei-me "tenho ali tanto filme para ver e estou a ver isto, vou ver o 4 Copas que ainda não vi nada do Mozos e falam tão bem do homem".

Pois, quanto a não conhecer Pollock, é daquelas coisas…

Diogo disse...

Podia entrar numa maneira filosófica de ver o «histerismo», mas não posso. O histerismo sempre me pareceu falso, seja um grito feliz do Jim Carrey, seja um grito existencial de um personagem qualquer do Von Trier. Não há muito que os separe, são ambos patéticos, um estado não natural. Toldam o raciocínio e não deixam viver, estás no extremo - euforia num, depressão no outro. Ora hipérbole, ora hipérbole.

Um risco.
Se não gostas do Ed Harris a gritar, esbracejar, isso é outra coisa. A empatia sempre foi um esforço que se pede ao espectador cinematográfico. Por exemplo, eu detesto ver o Allen a actuar, acho-o vaidosa-mente patético-mente demente, e não é por esse meu filtro no olhar que vou renegar um filme dele, composto de outras partículas. São pormenores.
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A questão é que um filme que tem por nome «Pollock» não precisa de mais Nada... o espectador vai tipo formiguinha atrás do açúcar. Franchising. Ou seja e aplicado ao filme, não precisa de «facilitismos» para «vender», para chegar à mente ignorante - não estamos a falar de comédias românticas americanas que enchem o mundo mainstream dos domingos à tarde e, obvimente, precisam do «espalhafatoso», do «comercial», de filtrar a vida ao espelho «artificial», das coisas que, caso para dizer, só acontecem nos filmes.

O Pollock, filme, não conheço, mas pelo trailer e até os actores envolvidos, vejo logo que há carácter, seriedade, qualidade no trbalho - quem faz o artifício «comercial» são pessoas que... não conhecem Pollock.

E também conheço o outro lado: exemplo: imagina isto feito por um Lynch (impossível, pessoa como ele ama-se e é paranóico por demais para fazer filmes que não sejam sobre ele)? Ou até o Van Sant, que já dedicou um ao Cobain?

Outro campeonato.

Álvaro Martins disse...

A questão não é o Ed Harris, pelo contrário, que me lembre gostei dele no Enemy at the Gates, no A History of Violence, no The Truman Show. A questão foi mesmo os minutos iniciais, por várias cenas não uma. Concordo quando dizes que não é por gostarmos ou não dum actor que vamos renegar ou idolatrar o filme. Não, como disseste e bem, são pormenores. Mas aqui trata-se da interpretação em si, trata-se do sensacionalismo, da artificialidade, dos clichés, daquele cinema que me desagrada percebes? Não é por ser um filme sobre Pollock ou sobre Che ou sobre quem quer que seja que tenha de ser necessariamente mau ou bom. Por isso o comecei a ver.

Quanto a Lynch (principalmente este) ou Van Sant, concordo, outro campeonato definitivamente.