4 de maio de 2009

2:37 (2006)

Um filme de Murali K. Thalluri






Suicídio, durante o filme inteiro sabemos que o suicídio é o duro e trágico fim de um daqueles alunos. Gostei da câmara, da maneira de filmar, e, depois de alguém me ter dito que “Elephant” do Gus Van Sant era péssimo e este muito bom fiquei a pensar no porquê de tal afirmação, já que Murali K. Thalluri tem momentos em que filma tal e qual a Tarr e a Sant. Mas “2:37” aborda outros temas mais polémicos e complexos, desde a homossexualidade, o incesto, as drogas e deficiências físicas. Talvez seja por isso que tal afirmação foi feita. Thalluri dá-nos razões para o suicídio a cada um dos personagens. Todos eles têm motivos para se matarem, mas o que me surpreendeu mais foi quem realmente vai cometer tal acto. E claro, a mise-en-scène.

9 comentários:

Unknown disse...

Admito a minha ignorância: que filme é este? Há DVD?
Despertou-me a curiosidade lendo a tua sinopse.

Álvaro Martins disse...

Victor, desculpa mas não sei se há em dvd ou não.
É um filme australiano, não é nenhuma obra-prima mas é bom filme, eu gostei. Difere bastante do Elephant na narrativa embora tenha cenas e planos filmados ao estilo do Sant e do Tarr, o que me leva a compará-los, mas nada que se compare com o cinema do Béla Tarr.

Abraços

Unknown disse...

Ok, obrigado pelo esclarecimento.

Álvaro Martins disse...

De nada.

LN disse...

Álvaro, atenção, atenção... nunca em parte alguma eu disse que este filme é "muito bom". Tu és uma pessoa muito ansiosa, não és? Quantas vezes estão as palavras "obra-prima" e "genial" repetidas pelo blog?

...

Recomendei pela forma de racionalizar a acção, que é idêntica à trampa "Elephant" do Van Sant, que é um realizador que aprecio muito, não penses o contrário. Tem o lugar dele no cinema indie de 90.
Mas... mais do que um rip-off, para mim, este 2:37 é um upgrade ao Elephant. O Elephant é o perfeito exemplo CLÁSSICO do pretensiosismo elevado à máxima potência: sintético, de profundidade limitada, com narrativa inexplorada, arte hipócrita que vive na técnica. Respira pela forma como foi filmado - ainda assim, limitado, embora possa ter sido influente. O 2:37, parte de situação igual (baseado em factos reais, isso é importantíssimo) e tem um desenvolvimento muito sólido, genuíno e particular de cada carácter. É actual, muito actual com a realidade juvenil, na sociedade - escola incluída. Volto a frisar que me pareces ser muito ansioso, sempre à procura daquele "big hit", porque só assim explico a maneira como terminaste a crítica, realçando o "facto surpresa". Que o filme tem, sim. Mas isso é o menos importante - um argumento.

Álvaro Martins disse...

Realmente nunca disseste que o filme era muito bom, por isso peço desculpa, erro meu.

"Volto a frisar que me pareces ser muito ansioso, sempre à procura daquele "big hit", porque só assim explico a maneira como terminaste a crítica, realçando o "facto surpresa". Que o filme tem, sim. Mas isso é o menos importante - um argumento."

Não me identifico come esse termo - ansioso.
Sim, procuro um filme que me surpreenda em todos os aspectos, o que raramente acontece, mas geralmente falo daqueles que me surpreenderam nalgum(s) aspecto(s) e este foi um deles, como referi.
Quanto ao argumento ser o menos importante é claro que discordo, pois penso que um filme deve ser avaliado por um todo. E fico mais uma vez surpreendido com a tua afirmação já que condenas o Elephant por tal facto, o argumento ser fraco e, palavras tuas, viver na técnica.

PS: Não considero o Elephant "trampa" mas também não o considero obra-prima. Acho que é um bom filme.

LN disse...

UM Argumento. :) Eu não me referi AO argumento do filme...

Bom filme acho este 2:37. O Elephant, na minha opinião, é um tiro ao lado (no lado melódico) do Van Sant - mas ele sempre teve aquele ímpeto... deslumbra-se facilmente. Não é por acaso que agora é um poppy de merda com filmes areia-para-os-olhos como é o Milk.
Abraço.

Álvaro Martins disse...

OK, confusão minha :)

Sim, em relação ao Milk estamos completamente de acordo, mas no que ao Elephant diz respeito já discordo. Não é assim tão mau, é um filme que tem uma mise-en-scène muito boa e mesmo o argumento não é assim tão mau, embora inexplorado como disseste.
Mas são opiniões...

Abraços

Flávio Gonçalves disse...

2:37 é péssimo, Álvaro.
Elephant é obra-prima!