10 de outubro de 2010

Hierro (2009)



A Hierro confira-se-lhe a percepção de desperdício e desilusão. Desilusão não pela expectativa (primeiro filme de Ibáñez, portanto expectativa zero), mas sim pelo desperdício daquilo que poderia ser. Hierro é um thrillher, algo que oscila entre o mistério e a loucura, entre a realidade e o delírio do choque pós-traumático. E nisso Hierro não falha. Quer dizer, é competente. Porque Ibáñez traz sempre aquele ambiente negro e obscuro necessário a um filme desta natureza, porque consegue ser surpreendente e imprevisível. O desperdício advém do “rebuscamento” visual a que Ibáñez se propõe, à aproximação ao mainstream, aos clichés, a alguma artificialidade que adopta, aos efeitos especiais desnecessários. Hierro tinha potencial para ser um grande filme, ao invés fica-se pela competência no género.

1 comentário:

Tiago Ramos disse...

Eu gostei. Vi-o no Fantasporto e adorei a estética e o ambiente claustrofóbico, intenso e de thriller do filme, mas ao mesmo tempo muito belo. Elena Anaya safa-se muito bem, mas o argumento perde-se um pouco especialmente no seu final demasiado óbvio.