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Em
Serbis é já manifestada a intenção de Brillante Mendoza em enveredar pelo neo-realismo contemporâneo. E para isso (e aqui ainda mais do que em
Kinatay e
Lola) é influência primordial (além do neo-realismo italiano como base para toda a evolução do seu cinema) a dupla dos irmãos Dardenne, sendo estes a mais notória influência não só na vertente social mas também na
mise-en-scène praticamente igual entre os belgas e o filipino. Mas o que distingue
Serbis de
Kinatay e
Lola são os momentos hilariantes e absurdos que contém, é a desmesurada forma de retractar a degradação humana (aqui concretamente daquela família), é a explicitação sexual exposta. Em
Serbis há uma preocupação em, dentro de todo o realismo e pessimismo (leia-se dramatização) inerente a essa crítica social, “desdramatizar” não caindo no melodrama clássico (mesmo que possamos chamar a
Serbis o filme do degredo), porque o sentido hilariante assim o pretende, porque aqui não há moralidades nem integridades (resultado do estado social). Porque, no fim de contas,
Serbis é uma sátira social.
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