Um filme de Lisandro Alonso
Fazer cinema (puro e bom cinema) é simples e Lisandro Alonso é actualmente um dos cineastas que o prova. Los Muertos é o segundo filme do argentino que vejo e se Liverpool me deslumbrou, este confirmou o que previa, Alonso é de facto um grande cineasta a emergir. E é tão simples e tão rudimentar a forma de Alonso contar uma história que é isso que o torna tão bom. Liverpool é essencialmente o último adeus a casa, Los Muertos resume-se ao recomeço. E é isso que Alonso filma, a viagem de Argentino Vargas para reencontrar a filha, o adeus à cadeia e a procura do recomeço. Lento (como o é Liverpool), com um mínimo de diálogos (Sharunas Bartas veio-me à cabeça), naturalista e paisagístico. De facto, Los Muertos e Liverpool pouco ou nada diferem. Porque se Liverpool é Farrel e Farrel é Liverpool, Los Muertos é Vargas e Vargas é Los Muertos. Porque tanto num como noutro Alonso quer filmar o homem, sobretudo o homem e os locais pelos quais passa. E pouco interessa se Vargas matou a família inteira, é irrelevante. Alonso só pretende filmar o homem e a sua viagem. E tudo tão simples, sobretudo simples. Mas bom, muito bom.
2 comentários:
Por torrents encontras este e o Liverpool, no Pirate Bay ou no Mininova. Agora no KG ou no Surrealmoviez encontras os outros dois, o La Libertad e o Fantasma.
Ser simples não é fácil.
A simplicidade aparente das imagens é, a meu ver, apenas conseguida pelos melhores!...
:)
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