Um filme de Claudia Llosa
O filme de Claudia Llosa vive do medo, das superstições. Vive sobretudo da sua forte identidade peruana. E Lima está espantosamente filmada numa história que perfaz toda a falta de cultura e informação que existe. La teta asustada é um filme belo e triste, um filme-lamento daquele povo. E mais do que o realismo presente ao longo da obra, mais do que toda a preocupação da cineasta peruana em retractar o seu povo, em denunciar a ignorância resultante da pobreza e da violência de outrora e actual, mais do que toda a reflexão social, La teta asustada é predominantemente invadida com as superstições, com as tradições e costumes do povo peruano. Depois há uma interpretação fabulosa de Magaly Solier no papel de Fausta, uma constante expressão facial de medo, de terror e de falta de esperança no ser humano que Fausta nos mostra ao longo do filme. A obra de Claudia Llosa é acima de tudo um lamento daquele povo, uma reflexão sobre o medo, de viver com o medo. La teta asustada é um filme hermeticamente belo e poético. Triste mas belo.
1 comentário:
Aqui está um filme que quero ver e ainda não vi por desmazelo. Já vi boas críticas a ele, esta é mais uma. E tem aspecto de filme quente.
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