“Roma, Città Aperta” é visto actualmente como o primeiro filme do neo-realismo italiano, assim como Rossellini é considerado o “pai”. De facto, esta obra inicia um neo-realismo pós-guerra, antifascista. Além de “Roma, Città Aperta”, só “Ossessione” de Luchino Visconti pode disputar esse título de primeiro filme desse movimento. E a verdade é que “Ossessione” data de 1943, dois anos antes da obra de Rossellini. Mas, se “Roma, Città Aperta” inicia um neo-realismo do pós-guerra e antifascista, “Ossessione” não. A obra de Visconti inicia-se já como um neo-realismo romantizado, vincado sobre problemáticas sociais como o desemprego e a emigração, mas sobretudo já dando indícios do neo-realismo mais preocupado com o ser humano em detrimento da política. Já Rossellini explora em “Roma, Cidade Aberta” todo um conjunto de factores sociopolíticos anti-guerra e anti-fascistas. A obra de Rossellini é à partida um testemunho da resistência ao fascismo e ao nazismo, enquanto “Ossessione” se direcciona para um neo-realismo mais sentimental, emocional e romantizado. Ironicamente, Visconti viria a reincidir no tema da obsessão com “Rocco e i Suoi Fratelli” em 1960, embora mais tragicamente.
Mas se Vittorio de Sica se caracteriza como um realizador pessimista e deprimente, Visconti não foge muito à descrição. Enquanto De Sica se preocupa com a condição humana e sobretudo com decadências sociopolíticas e burguesas, Visconti, volto a repeti-lo, é um cineasta mais romantizado, mais interessado em reflectir nos fatalismos pessoais, na paixão e no amor, embora não descarte essa veia sociopolítica. O cinema de Visconti é mais sentimental, enquanto De Sica reflecte mais na realidade, na pobreza, na luta do ser humano face aos problemas sociais. De facto, após “Roma, Città Aperta”, o neo-realismo italiano enveredou por esse estilo, por essa caracterização mais preocupada com factores sociopolíticos com vista a exaltar o pós-guerra, o pós-fascismo e sua luta pela libertação. Este neo-realismo procurou registar esse sentimento de libertação, de consciência antifascista, de colectividade. E Rossellini volta a reflectir nessa luta do ser humano pela liberdade em “Paisà” (1946) e em “Germania, Anno Zero” (1948), os quais ficariam ligados a “Roma, Città Aperta”, sendo denominada como uma trilogia do pós-guerra e do antifascismo. Rossellini só em 1950 viria a enveredar por um neo-realismo mais sentimental como Visconti, ao realizar “Stromboli” com aquela que viria a ser sua mulher, Ingrid Bergman.
Mas Visconti, tal como de De Sica, Fellini e o próprio Rossellini com a sua mudança de estilo, não reflectia somente nesse lado mais sentimental e emocional do neo-realismo. Essa estética anti-guerra, antifascista e de grande fervor pós-guerra e de libertação de massas, deu lugar a um neo-realismo mais sociopolítico, mais preocupado com o ser humano e os seus tormentos. Enquanto Visconti, ainda que com todos esses factores sociopolíticos como o desemprego, o subdesenvolvimento das regiões, a pobreza; enquanto este prefere explorar mais essa vertente emocional e sentimental do ser humano, De Sica remete-se mais ao realismo, aos problemas sociais, aos infortúnios da vida, à pobreza, ao desemprego, à reforma agrária, à fome.
Visconti é muito mais ligado à paixão do que qualquer outro cineasta neo-realista e “Ossessione” é a grande prova disso. Embora Visconti seja mais emocional, ele reflecte muito no subdesenvolvimento urbano, na emigração do sul para o norte em busca de trabalho, na relação entre o homem e a sociedade (esta mais explorada por De Sica).
Mas se Vittorio de Sica se caracteriza como um realizador pessimista e deprimente, Visconti não foge muito à descrição. Enquanto De Sica se preocupa com a condição humana e sobretudo com decadências sociopolíticas e burguesas, Visconti, volto a repeti-lo, é um cineasta mais romantizado, mais interessado em reflectir nos fatalismos pessoais, na paixão e no amor, embora não descarte essa veia sociopolítica. O cinema de Visconti é mais sentimental, enquanto De Sica reflecte mais na realidade, na pobreza, na luta do ser humano face aos problemas sociais. De facto, após “Roma, Città Aperta”, o neo-realismo italiano enveredou por esse estilo, por essa caracterização mais preocupada com factores sociopolíticos com vista a exaltar o pós-guerra, o pós-fascismo e sua luta pela libertação. Este neo-realismo procurou registar esse sentimento de libertação, de consciência antifascista, de colectividade. E Rossellini volta a reflectir nessa luta do ser humano pela liberdade em “Paisà” (1946) e em “Germania, Anno Zero” (1948), os quais ficariam ligados a “Roma, Città Aperta”, sendo denominada como uma trilogia do pós-guerra e do antifascismo. Rossellini só em 1950 viria a enveredar por um neo-realismo mais sentimental como Visconti, ao realizar “Stromboli” com aquela que viria a ser sua mulher, Ingrid Bergman.
Mas Visconti, tal como de De Sica, Fellini e o próprio Rossellini com a sua mudança de estilo, não reflectia somente nesse lado mais sentimental e emocional do neo-realismo. Essa estética anti-guerra, antifascista e de grande fervor pós-guerra e de libertação de massas, deu lugar a um neo-realismo mais sociopolítico, mais preocupado com o ser humano e os seus tormentos. Enquanto Visconti, ainda que com todos esses factores sociopolíticos como o desemprego, o subdesenvolvimento das regiões, a pobreza; enquanto este prefere explorar mais essa vertente emocional e sentimental do ser humano, De Sica remete-se mais ao realismo, aos problemas sociais, aos infortúnios da vida, à pobreza, ao desemprego, à reforma agrária, à fome.
Visconti é muito mais ligado à paixão do que qualquer outro cineasta neo-realista e “Ossessione” é a grande prova disso. Embora Visconti seja mais emocional, ele reflecte muito no subdesenvolvimento urbano, na emigração do sul para o norte em busca de trabalho, na relação entre o homem e a sociedade (esta mais explorada por De Sica).
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