17 de junho de 2009

The Man Who Wasn’t There (2001)

Um filme de Joel Coen














Vamos por partes. A história centra-se no ano de 1949, num barbeiro pouco comunicativo que, claramente não está satisfeito com a vida que leva, limitando-se a vivê-la, a observar tudo e todos à sua volta. E esse barbeiro é um Billy Bob Thornton fenomenal, numa interpretação fantástica que enche o ecrã. Depois temos a sua mulher, Frances McDormand na sombra de “Fargo” (1996). Ed Crane (Thornton) e Doris (McDormand) são um casal frio, distante e muito pouco ou nada comunicativo. Na verdade, Ed é visto por Doris como um idiota. Depois temos Frank (Michael Badalucco), cunhado de Ed e dono da barbearia onde este faz dupla com ele. Enquanto Ed é calado, Frank fala pelos cotovelos. Mas Ed é resignado, paciente e pensativo. Enquanto este é barbeiro, Doris é contabilista nos armazéns Nirdlinger. E Doris teve um caso com o patrão (James Gandolfini). Mas Ed apercebe-se desse facto sem que isso o afecte emocionalmente, porque o casamento é só de fachada. Depois aparece um Zé-ninguém com falinhas mansas chamado Tolliver (Jon Polito) e alicia-o com um hipotético negócio da china que o fará mudar de vida. Mas para isso tem que arranjar dez mil dólares. Basicamente é isto, o resto é contar muito para quem não viu.

“The Man Who Wasn’t There” não foge à regra de tudo o que os Coen nos têm habituado. Aqui, eles regressam ao film noir, ao crime e todas as situações hilariantes e embaraçosas que nos habituaram desde “Blood Simple” (1984). Tecnicamente o filme é espectacular, filmado a preto e branco e com uma iluminação portentosa onde os jogos de luz e sombra funcionam na perfeição. Cínico, negro e frio, assim se define o filme. Aliás, assim se define quase todas as obras dos Irmãos Coen. E este não foge dessa vertente, ao contrário do que acontecera com “The Big Lebowski” de 1997, onde os Coen enveredam por uma comédia mais ligeira e onde fogem bastante do film noir. Aqui não, aqui eles mostram toda essa capacidade de criar as mais hilariantes situações encadeadas por acontecimentos irónicos e, podemos dizê-lo, azarados.
Muito bom.

7 comentários:

Roberto Simões disse...

Ainda não vi... também não tenho muita curiosidade. É daqueles filmes que talvez se atravessem no meu caminho...

Cumps.
Filipe Assis
CINEROAD - A Estrada do Cinema

Fernando Ribeiro disse...

Grande filme. Uma visão à irmãos Coen e este é sem dúvida um dos seus melhores filmes. Grande destaque para Billy Bob

Álvaro Martins disse...

Filipe,
vê que deves gostar. Muito bom mesmo.

Fernando,
Sem dúvida, filmaço.

Abraços

Unknown disse...

Quando o vi maravilhei-me. Mas primeiro tive de recuperar do sopapo que é assistir à interpretação do Billy Bob Thorton.
É um dos meus preferidos dos Coen.
A parte mais ruim será o facto de ser mais mexido por causa de a menina Scarlett integrar o cast do que por qualquer outro motivo =x

Álvaro Martins disse...

Sim, o Billy Bob está completamente brilhante.
Quanto à Scarlett...só pela carinha laroca já vale a pena :)

RaparigaDaBanheira disse...

Este filme é brilhante! Tenho duas cópias e empresto a toda a gente que me aperece à frente. Só quero que toda a gente o veja. Penso que conseque equilibrar de forma perfeita a estética, o humor, a tensão e a inteligência!

Enaldo Soares disse...

Billy Thorton é um ator que não me desce.