4 de junho de 2009

O desespero visto por De Sica

Sciuscià de 1947

Ladri di Biciclette de 1948

Umberto D. de 1952

Stazione Termini de 1953

La Ciociara de 1960

I Sequestrati di Altona de 1962

4 comentários:

O Narrador Subjectivo disse...

De Sica foi um dos grandes, talvez o melhor realizador italiano pré-Antonioni! Boa escolha.

Álvaro Martins disse...

Sim, um dos grandes e o mais neorealista e pessimista.
Mas eu não iria tão longe quanto a ter sido o melhor, pois Visconti, Fellini e Rossellini foram igualmente grandes. E depois não esqueçamos Pasolini.

Anónimo disse...

O grande trunfo do cinema de de Sica, e a grande diferença em relação a,por exemplo, Rosselini (de quem, atenção, gosto ainda mais), é o tratamento dado ao CORPO e a sua potência. "O que pode um corpo?", como observa Deleuze. O exemplo clássico é, claro, LADRI DI BICICLETTE. Mas o meu coração pende para o UMBERTO D, com os seus 'devaneios' burlescos, quase a lembrar Chaplin...
Como sempre, parabéns pela qualidade dos fotogramas!
Um abraço, e bom fim de semana.

G.J.

Álvaro Martins disse...

João,
De Sica não só explorava esse período negro de uma sociedade em decadência como reflectia no homem, na sua condição (Umberto D. como exemplo maior). Foi um dos grandes desse período áureo do cinema transalpino.
Aconselho-te a ver os restantes.

Gonçalo,
sim, Rossellini é o pai do neorealismo. Mas De Sica é mais negro, mais pessimista e como disseste incide nessa questão do corpo, da potência do homem e a sua condição. E Umberto D é o exemplo mais claro, a velhice, a condição humana a que todos estamos destinados. Ladri di Biciclette é o meu preferido, mas aí ele explora mais uma questão sociopolítica (que também está presente em Umberto D. e quase toda as suas obras), onde reflecte mais no desespero humano face a infortúnios da vida. De Sica é mais deprimente, negativista, como que a condenar uma época.
Obrigado pelos elogios.

Abraços e bom fim de semana.