18 de novembro de 2010

The Long Gray Line (1955)



The Long Gray Line, drama de vida imerso num sentido execrável que a guerra traz (de resto, só por si, o acto fá-lo), forma desmesurada da acção. Filme de época (ou não), filme de uma vida (a story of a life), filme de um lugar. Em última análise, filme de um país (como de resto quase todos os filmes de Ford). Longe das paisagens desertas e rochosas do Monument Valley, The Long Gray Line comprime a espaços as sombras das incertezas e dos princípios do homem. Das sombras nasce a luz para às sombras retornar. Tortuosos mistérios da vida e do tempo. Ford sempre procurou as reminiscências do homem, sempre tentou alcançar o espírito. Do seu cinema encare-se a honra e o patriotismo como essenciais, mas sobretudo o sentido humanístico que escorre pelas personagens (e pelas imagens). Mundo do dever, do amor à pátria, da família. Estão sempre presente as escolhas do homem, os seus erros e as suas regenerações. Tudo caminha para a materialização da alma, tudo remete para a solidez do homem. Ford vai aos momentos do percurso, da vida, carrega a integração numa pátria nova para acabar nas memórias, na dor e na saudade. As vicissitudes e a plenitude da existência. Curso natural da vida. O olhar. Ford.

4 comentários:

Sam disse...

Nunca vi. Porque, exceptuando A CAVALGADA HERÓICA, RIO BRAVO e A DESAPARECIDA, John Ford nunca conseguiu agarrar-me totalmente.

Cumps cinéfilos.

Álvaro Martins disse...

É pena, porque Ford foi um dos maiores de sempre. E o Rio Bravo é do Hawks ;)

Sam disse...

Sim, concebeu alguns dos planos mais belos e enunciou algumas das melhores observações sociais da história do Cinema. Contudo, a minha fraca adesão à filmografia de Ford é um dos meus "pecados" cinéfilos quase inconfessáveis...

Pois, não é a primeira vez que faço esse erro. Fiz confusão com RIO GRANDE, outro que não acho nada de especial... :/

João Palhares disse...

Ainda não vi. Será o próximo!