27 de maio de 2010

Red River (1948)





A Red River reivindique-se a capacidade inata com que se aproxima do épico, do western lírico a que Hawks é familiar. Desde John Wayne a Montgomery Clift, desde a música à fotografia, desde o argumento à realização, tudo é grandioso em Red River. E por isso, nada mais há que se possa dizer que não seja a de que Red River é um dos melhores westerns de sempre.

Mas o mais importante em Red River é toda a história que une Duston (Wayne) a Matt (Clift), a relação pai/filho que existe entre eles. E por mais que Duston entre numa espiral de tirania e que Matt o defronte, por mais que toda aquela demanda em direcção ao Missouri (que acaba no Kansas) traga cheiro a tragédia (ameaça de índios inclusive), essa relação que existe entre os dois é mais forte do que qualquer coisa que possa ocorrer (a pulseira da mãe de Duston que passa de mão em mão desde a sua amada até acabar na amada de Matt é a prova disso, o símbolo maior dessa ligação sentimental que os une). O repetir da história (os erros de Duston no passado em relação à sua amada são novamente cometidos no presente por Matt). É a natureza dessa relação afectuosa que molda tanto a personagem de Wayne como a de Clift, é isso que atribui a verdadeira essência de Red River. Toda a poesia que transporta desde aquela despedida inicial de Wayne à sua amada até à redenção final.

2 comentários:

João Palhares disse...

Foi depois de ver este filme que o Ford passou a usar regularmente o "Duke" nos seus filmes: "I didn`t know the son of a bitch could act!". :) É um dos grandes westerns, sim...

Álvaro Martins disse...

Não sabia disso João :)