Ora bem, é sabido (quem acompanha o blog) que XXY (anterior filme e obra de estreia de Lucía Puenzo) me agradou muitíssimo. Portanto, a minha expectativa em relação a este seu novo trabalho era muito alta.
El Niño Pez afigura-se como um conto de amor com perfis políticos e melodramáticos. De misticismos sombrios a figuras adolescentes inseridas em meios disfuncionais, existe um sentido quase que desprovido de consciencialização naquela história de amor entre Lala (Efron) e La Guayi (Vitale). Um estranho comportamento daquelas adolescentes mergulhadas numa realidade que recusam aceitar, a excessiva presença dum misticismo/quimera ridículo na procura duma paz interior, numa possível redenção. Erros do passado vs erros do presente. Essa forma de lutar não só contra a opressão da orientação sexual como contra a diferença de classes sociais.
El Niño Pez é uma viagem de auto-conhecimento pelo mundo do abuso do poder político. Negro e onírico. Narrativamente em constante sobressalto com presente e passado, arrojado. Efron e Vitale excepcionais e uma fotografia maravilhosa. Muito bom filme, quase tão bom quanto XXY.
2 comentários:
Eu considero-o uns passos largos atrás do XXY, mas é bom filme. Bom é, sem dúvida. Muito bom já não digo. Para mim.
Essencialmente, para mim, é todo aquele final que falha. Achei-o irrealista, utópico até. Mas de resto, o filme é muito bom.
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