2 de maio de 2010

Old Joy (2006)






Para dizer a verdade conheço muito pouco do panorama actual do cinema indie norte-americano e muito menos de Kelly Reichardt. Já tinha visto Wendy and Lucy em meados de 2009. Nota-se que esse road movie de 2008 vem no seguimento narrativo e estilístico deste Old Joy, mas não alcança a profundidade, a beleza e o estado harmonioso e tranquilizador deste.
Old Joy é tudo o que procuro em cinema. Aqui não há moralismos ou pretensões a moralismos, não há psicologismos ou dramatizações vulgares. Aqui há puro cinema, há a beleza das paisagens verdejantes, da natureza (fauna e flora), aqui há olhares e monólogos sobre o que foi e o que não é, sobre o que vem com a maturidade adulta. Old Joy trata do crescimento do indivíduo, da saudade de ser adolescente, do sentimento de perda da liberdade dessa adolescência inerente à idade adulta, da perda dos relacionamentos/amizade, trata da solidão. Trata do reviver essa saudade, nem que seja por um dia, nem que se evite falar nela mas que se a comunique pelos olhares e gestos angustiados. Um retorno ao passado por dois dias. Tranquilo e humano. A vida, como a vida transforma as pessoas.
Como é simples e belo fazer cinema. Porque é que não há mais disto nesta América?

2 comentários:

João disse...

A tua análise chegou para me convencer a ver o filme :)

Álvaro Martins disse...

Ainda bem João :)
Penso que também vais gostar.