23 de setembro de 2010

Whisky (2004)

Em Whisky, à partida, o que nos interessa é a solidão e o vazio daquela gente, a distância e a desmesurada formalidade no comportamento e relações pessoais entre eles. O próprio Jacobo comporta-se de forma distante e seca com o irmão. Sim, é isso que interessa em Whisky, a formalidade daqueles dois seres (Jacobo e Marta), a solidão deles, a infelicidade. Porque tanto um como o outro são seres similares, porque além de se perceber que Marta gosta de Jacobo, tanto um como o outro padecem do mesmo mal, a solidão e a tristeza do tempo perdido. E Jacobo arranja aquele “embuste” para tentar mostrar uma felicidade que não existe, revelando assim vergonha pela sua própria vida. Mário Jorge Torres falava num humor negro que, além de negro, é leve e simples. Porque Whisky é pautado pelos silêncios constrangedores entre aquelas três pessoas, porque a frieza e a distância trazem também um lado humano ao filme. Whisky é um pequeno grande filme.

3 comentários:

Tiago Ramos disse...

O cinema sul-americano está cada vez melhor. Experimenta ver o "Gigante" também do Uruguai. Tenho a sensação que vais gostar.

Álvaro Martins disse...

Tiago, sim é um dos que quero ver brevemente.

Tiago Ramos disse...

E já agora experimenta o "La Nana", do Chile. Também gostei bastante.