10 de junho de 2010

A Single Man (2009)

Filmes como A Single Man há poucos (e isto não é dizer que é bom ou que é mau filme). Digo isto porque, na verdade, nem gostei nem desgostei do filme. Reconheço-lhe qualidades, qualidades essas que elevam o filme. Sobretudo, a intenção de transmitir a dor da perda, uma intenção de o fazer de forma desmesurada e hiper-sensorial (ou lá o que se lhe possa chamar). A Single Man fala do amor, da perda desse amor, fala da morte, fala da vida. E é isto que faz com que seja um bom filme. Mas depois cria um estilismo exacerbado, uma forma de fazer cinema muito "maquilhado" e artificial, usa e abusa do uso da cor (quando mais viva simbolizando o desejo) e os slow motions cansativos e inócuos.
Arte? Talvez, mas, tal como disse em tempos sobre Tetro, há aqui muita necessidade em mostrar arte, muito pretensiosismo visual. Resumindo, arte a mais p'ro meu gosto.

8 comentários:

João disse...

Alguém que tem mais ou menos a mesma opinião que eu. Estava difícil de encontrar. Embora eu ache que essa intenção que falas ficou a meio do caminho, aqui não chegou nada.

Back Room disse...

É natural, é a opinião que sempre pensei que fosse a mais comum sobre o filme.

A mim agrada-me muito, mas logo que o vi percebi que para muitos seria um filme exagerado, desequilibrado e pouco fiel à imagem que se tem do cinema, juntando a isso o facto do realizador ser do mundo da moda...

Está destinado a não ser consensual, penso que Tom Ford sabia o que estava a arriscar. Ainda para mais na sua longa de estreia.

Álvaro Martins disse...

João, por isso é que lhe "chamei" intenção, porque não chega lá. E tudo porque se perde no campo visual, gasta todas as "energias" na imagem, nesse estilismo exacerbado, percebes?
Quer ser diferente (e é-o) mas ser diferente nem sempre é sinónimo de ser melhor ou ser obra de arte. Eu acho que aqui é isso que falha, essa forma de fazer cinema que, Back Room, como disseste, vem do mundo da moda. É filme muito "floreado", muito "pintado".

João disse...

Como já tinha dito no meu espaço, tudo muito "limpinho", de mais, e pouca profundidade no que realmente importa.

Flávio Gonçalves disse...

Sim, compreendo-vos. É um filme que me tocou especialmente, um daqueles que uma crítica seria um grave atentado fazer. Acho que o que Ford tentou fazer foi um elogio à estética que existe, como li já em algum lado, o da moda particularmente. E, fora essa estrutura formal que pode agradar ou desagradar alguns, creio que temos substância bem explorada, uma homenagem à vida e ao amor, sentidos e bem pensados ;)

Manuela disse...

Sem o ter visto, já era essa a ideia, sinceramente, que tinha do filme.Não sei se vale a pena a perda de tempo. ok, vale a curiosidade.

Argonauta disse...

não entendi o porque achaste o filme muito artístico... achei até bastante banal, é um aqueles que se vê pelo entretenimento.

Álvaro Martins disse...

Visualmente Argonauta, visualmente.