“Public Enemies” resume-se a entretenimento. Michael Mann, e apesar de todo o entusiasmo com que Luís Miguel Oliveira (crítico do Público) defende aquela que ele chama de obra-prima do cineasta norte-americano – falo de “Miami Vice” –, não fez, a meu ver, nenhum outro filme que superasse “The Last of Mohicans”, tendo ainda feito “Heat” – filme que se aproximou daquela que é a sua obra-prima quanto a mim.
Mas relativamente a “Public Enemies”, e, aproveitando o termo do crítico do Público, o filme é a história de um ladrão analógico. Sim, é verdade, a analogia é indubitável. Analogia com outros tantos criminosos que existiram nesse país. E todo o filme de Mann fez-me lembrar as cowboyadas americanas de outrora. E Dillinger fez-me lembrar Billy the Kid. Mas talvez seja eu a confundir…
E por isso recuso-me a aceitar este filme como um grande filme de acção. É verdade que Mann conquista o espectador pela câmara, pelos travellings que cria, pela mise-en-scène virtuosíssima a fazer lembrar Spielberg em “Saving Private Ryan”. E assim consegue uma maior proximidade do espectador com as personagens. Mas depois perde-se no jogo do rato e o gato. Perde-se na narração da história, na constante evocação do criminoso perigoso mas dócil para com a sua amada, na repetição imutável do criminoso que vive o presente e teme planear o futuro até ao momento em que perde todos os amigos.
Resumindo, Michael Mann faz um filme violento onde pretende adoptar um estilo noir (o que não consegue) e desilude na condução narrativa que mostra, na previsibilidade com que conduz a narração. Por fim, gostei de Depp e de Marion Cotillard, mas Bale deixou muito a desejar.
Mas relativamente a “Public Enemies”, e, aproveitando o termo do crítico do Público, o filme é a história de um ladrão analógico. Sim, é verdade, a analogia é indubitável. Analogia com outros tantos criminosos que existiram nesse país. E todo o filme de Mann fez-me lembrar as cowboyadas americanas de outrora. E Dillinger fez-me lembrar Billy the Kid. Mas talvez seja eu a confundir…
E por isso recuso-me a aceitar este filme como um grande filme de acção. É verdade que Mann conquista o espectador pela câmara, pelos travellings que cria, pela mise-en-scène virtuosíssima a fazer lembrar Spielberg em “Saving Private Ryan”. E assim consegue uma maior proximidade do espectador com as personagens. Mas depois perde-se no jogo do rato e o gato. Perde-se na narração da história, na constante evocação do criminoso perigoso mas dócil para com a sua amada, na repetição imutável do criminoso que vive o presente e teme planear o futuro até ao momento em que perde todos os amigos.
Resumindo, Michael Mann faz um filme violento onde pretende adoptar um estilo noir (o que não consegue) e desilude na condução narrativa que mostra, na previsibilidade com que conduz a narração. Por fim, gostei de Depp e de Marion Cotillard, mas Bale deixou muito a desejar.
5 comentários:
Não fui nem irei ver o filme. Nunca me cativou. E suspeito, bastante, que a minha opinião em muito se assemelhará à tua quando o vir, quiçá um dia em DVD.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Tenho de ver isto, mas considero o Michael Mann um dos maiores realizadores vivos, parte de mim adora filmes de género estilizados ao extremo, tal como Otto Preminger fazia nos anos 40-50. É assim que eu olho para o Michael Mann, um Preminger moderno :D
Roberto,
também acredito, bastante, que a tua opinião seja diferente da minha.
João,
Ok, respeito. Pessoalmente não aprecio muito Mann, a não ser o The Last of Mohicans, o qual gosto muito. Mas além desse filme e do Heat não consigo ver mais filmes que ultrapassem aquela banalidade que hoje em dia assola o cinema americano. Mas é a minha opinião.
Passenger,
Nunca tinha feito essa comparação, mas também nunca fui grande admirador de Preminger :)
Parece que depois de tantas vezes em desacordo encontramos, finalmente, um filme que nos permite partilhar de uma ideia semelhante.
Na verdade parece-me que Mann cometeu alguns erros ao filmar Public Enemies, nomeadamente no que toca ao realismo que pretendeu imprimir.
Abraço
João,
estamos claramente em desacordo relativamente a Mann. Mas também não podemos estar sempre de acordo.
Fifeco,
realmente, lá estamos de acordo uma vez ;)
Abraços
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