24 de agosto de 2009

12 Angry Men (1957)

Um filme de Sidney Lumet







Sempre pensei neste filme como um manifesto. Um manifesto de Lumet em denunciar o absurdo de um julgamento por júri. E Lumet até vai mais longe, porque expõe uma fragilidade no sistema judicial americano. E "12 Angry Men" foi o filme de estreia do cineasta que até ali só tinha feito televisão. E mais surpreendente é pensar que depois de 17 dias a filmar e com um orçamento baixíssimo Lumet fez um grande filme. Uma verdadeira crítica ao poder.

6 comentários:

Unknown disse...

Numa palavra apenas descrevo-o como "BRILHANTE".

Abraço

Unknown disse...

Vi-o há muitos anos na televisão e ficou-me na memóira. Revi-o há pouco tempo e continua a deixar-me estonteado perante o brilhantismo das interpretações, do argumento e da realização. Certamente um dos melhores de Lumet.

Fernando Ribeiro disse...

Este filme se não é perfeito, anda lá mesmo muito muito perto. Um dos meus preferidos.

Abraço.

O Narrador Subjectivo disse...

Muito bom sem dúvida, o Sidney Lumet tem tantos filmes e tão bons que é difícil escolher o melhor, mesmo aqueles menos conhecidos são, muitas vezes, pequenas obras-primas, como o Equus, que toda a gente devia ver!

Álvaro Martins disse...

Fifeco,
sim, é isso mesmo.

Victor,
eu também o vi pela primeira vez numa transmissão da rtp2 e sempre gostei do filme. Concordo que seja um dos melhores ou talvez o melhor do Lumet, mas o Dog Day Afternoon também me deixa maravilhado.

João,
também é o meu preferido dele a par do Dog Day Afternoon.

Fernando,
é quase perfeito.

Passenger,
sim, o Lumet é um cineasta muito bom, mas a partir dos anos 80 decaiu bastante. Relativamente ao Equus, aí está um filme que nõ conhecia. Mas vou tentar arranjar.

Abraços

Ozpinhead disse...

O julgamento por júri tem como qualquer outro sistema de julgamento, as suas vantagens e desvantagens.
12 Angry Men é um dos meus filmes preferidos. Marcou-me quando o vi em miúdo, ao retratar a ligeireza de como pode ser encarado o serviço de júri, e como tantos factores absolutamente extrâneos podem influenciar a vida de alguém em julgamento. Mas não concordo que o filme funcione apenas como denúncia do absurdo de julgamento por júri. Imagine-se o mesmo julgamento em que o veredicto é ditado apenas por um juíz. Um juíz diferente da personagem do Henry Fonda.
O filme tem uma componente didáctica muito importante. Não é tanto uma crítica ao sistema, mas sim aos que servem nela. Uma consciencialização sobre o grau de importância e nobreza de servir num júri.
Qualquer sistema com intervenção humana, por defeito, defeituoso é. O julgamento por júri, com utilização de pessoas comuns sem preparação jurídica particular não foge à regra, podendo à primeira vista sugerir maior margem para erros, que acontecem sem dúvida. No entanto, este tipo de julgamento também têm uma vantagem. Permite uma maior humanização das leis. Com isto quero dizer que enquanto um juíz se rege apenas pela letra da lei de forma fria e objectiva, um júri já não o faz da mesma forma, permitindo por vezes que seja feita justiça mesmo não se cumprindo a lei.
Em qualquer caso, não há sistemas judiciais perfeitos. Veja-se o caso de Portugal. Quantas vezes já ouviram advogados a dizer que o resultado depende do juíz? Aliás o nosso código civil e penal, da forma como está redigido, convida a isso mesmo.