7 de agosto de 2009

Caché (2005)

Um filme de Michael Haneke





Michael Haneke já provou ser um mestre em filmar a violência. Mas Haneke não filma a violência física, por vezes nem mostra sangue sequer. Não, Haneke filma a violência psicológica, o medo. E nesse aspecto, tanto este como “Funny Games” e “Code Inconnu: Récit Incomplet de Divers Voyages” são exímios.
Neste “Caché”, Haneke serve-se de um argumento com uma simplicidade admirável para criar um filme complexo e espantoso sobre o medo, sobre a sociedade (neste caso a francesa) e sobre o choque de culturas. Mais do que a intenção de Haneke em explorar esse lado social, o austríaco pretende fazer uma crítica à vida nas grandes cidades, ele pretende explorar os perigos duma metrópole e no caso de Georges, o cineasta incide ainda no factor “figura pública”. Mas Haneke não se fica por aí, o título “Caché”, traduzindo resulta em Escondido, tem nesta obra uma dualidade de significados. Porque além de se relacionar directamente com o sujeito que não se deixa apanhar nem descobrir e que envia as cassetes, Haneke faz também alusão aos segredos do casamento, aos segredos que tanto Georges como Anne parecem deter.
“Caché” é indubitavelmente uma obra brilhante de Michael Haneke.

2 comentários:

Tiago Ramos disse...

Comprei-o recentemente junto com o Público. Ainda não tive tempo de ver, mas aprecio bastante o trabalho de Michael Haneke.

Álvaro Martins disse...

Pois, eu também o comprei com o Público. Aconselho-te a veres e depois diz o que achaste.