












Vredens Dag é um filme negro, obscuro. Nada que a Dreyer seja estranho. Mas há em Vredens Dag algo comum (além de toda a obscuridade presente em quase todas as suas obras) a todo o cinema de Dreyer, a fé. E a fé de Vredens Dag é a mesma de Ordet. Porque tanto em Vredens Dag como em Ordet, Dreyer separa a fé da religião. E tanto em Ordet como neste Vredens Dag o obscurantismo que existe, existe na religião. A hipocrisia da igreja católica e do puritanismo cristão.
Mas sobretudo a expressividade de Lisbeth Movin, o seu olhar, a sua face iluminada (para isso tudo depende das sombras assombrosas de Dreyer, do enquadramento da câmara, dos movimentos de câmara de Dreyer, da sua genialidade). E Lisbeth Movin não é (nem tem a força expressiva) Falconetti, mas mesmo assim é assombrosa. Grande Dreyer.
3 comentários:
Um dos meus Dreyers favoritos. Pena que ele não tenha feito mais filmes
Olá,
Não vi este do Dreyer, aínda só o "Paixão de Joana D'arc", mas sinto todas as sílabas das palavras do teu texto, percorro-as com o conforto de sentir justificado o meu respeito e veneração pelo cinema deste autor.
Abraço!
Colaborador do Blog "Cenas Gagas"
Carlos, também é um dos meus preferidos. O Ordet está no topo.
Zé, aconselho :) Ordet, Gertrud, este, Vampyr... Dreyer foi um dos grandes.
Enviar um comentário