9 de agosto de 2010

Såsom i en Spegel - Através De Um Espelho (1961)




A que se remete um filme no qual do início ao fim se fala de uma doença sem se a identificar? De que obscurantismo tão presente e tão enérgico se faz Såsom i en Spegel?
Labirinto de perturbações, rito de loucura afável que oscila entre o real e o imaginário. Doença sem nome que projecta os fantasmas não só de Karin (espantosa Harriet Andersson) como os de todos os personagens. A Karin se revele toda a “face negra” de Såsom i en Spegel, objecto obscuro da mente humana, fantasma dos seus fantasmas. Caminhos tenebrosos pelos quais Bergman percorre Såsom i en Spegel. Estudo da loucura e da fé. Através De Um Espelho é uma obra marcante, filme de ápices na sua melancolia, na procura da verdade (ou direi antes realidade). Reflexão psicológica ou psiquiátrica de Bergman (à qual muito se inclinou na década de 60). Enquadramentos e sombras de uma beleza e perfeição só alcançável pelos “grandes”. Obra-prima.

8 comentários:

Carlos Natálio disse...

Ainda não vi este. Adoro a Harriet. Tenho andado mais bunueliano e a conhecer alguma coisa da obra do Makavejev ultimamente.
Abraço

Álvaro Martins disse...

Também gosto muito da Harriet. Já tinha reparado (lá no Ordet) que andavas numa de Buñuel ;) quanto ao sérvio, é cineasta do qual também desconheço a obra. Recomendas?

Zé alberto disse...

Olá,
Adorei este post, imagens e texto muito sedutores. Nunca pensei que se tratasse de tão "elevada" obra.
Obrigado pela tua sugestão!

Abraço!

Álvaro Martins disse...

Obrigado Zé, ainda bem que gostaste :) Vê o filme, eu gostei muito.

Flávio Gonçalves disse...

É Bergman, tem que se ver.

Olha, e quanto a J'ai tué ma Mère, já traduzi e fiz upload da legenda. Aqui a tens:
http://www.opensubtitles.org/pt/subtitles/3744429/i-killed-my-mother-pt

Espero que gostes :)

Álvaro Martins disse...

Obrigado Flávio :)

Carlos Natálio disse...

Ainda vi muito pouca coisa dele, mas parece-me ser um cineasta super irreverente con tudo o que isso tem de bom mas também excessivo. O mais conhecido dele é W.R.- Misterije organizma (1971) sobre o qual escreverei em breve lá na minha chafarica.

--- disse...

Não é um dos meus preferidos de Bergman, mas é impossivel negar a genialidade ali, na tela. A sensibilidade, a dificuldade das relações. muito bom.