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O que está em questão nesta estória é o relato ou a simbolização (este mais adequado por todo o simbolismo que o cinema de Parajanov acarreta) do amor verdadeiro, do amor puro. E o amor de Ivan por Marichka resiste até ao destino. Porque Tini Zabutykh Predkiv fala desse poder inflexível do destino. E o destino de Ivan é trágico. Mas o seu amor por Marichka caminha sempre com ele, mesmo quando se casa com Palagna. E há nesse amor e nessa conduta pessoal e íntima de Ivan uma certa força de dignidade ou fidelidade (relativa ao amor por Marichka pois Ivan nunca chega a ter realmente desejo por Palagna).
E Tini Zabutykh Predkiv era já aquele cinema muito próprio, muito artesanal, simbólico e primitivo que vemos em Sayat Nova (embora não tão radical esteticamente). Ritos de memórias em transfigurações pagãs e ortodoxas de constantes alusões às tradições e vida desses ancestrais, evocação lírica do amor eterno, mito e poesia imersos num primitivismo e simbolismo próprio de Parajanov. A comunhão entre o folclore e o ritual. Um filme visionário, uma fundamental obra-prima.
7 comentários:
Concordo em absoluto. Grande texto, parabéns :)
Obrigado Flávio ;)
Olá alvaro,
Vi este post sobre o filme do Parajanov e fiquei encantado com as imagens, tão de doçura, tão de magia de infância.
Parabéns pelo post, adorei mesmo!
Abraço.
Obrigado Zé, ainda bem que gostaste ;) Já agora, vê o filme, penso que gostarás :)
Sim Álvaro, adorava ver o filme, mas...onde o poderei baixar?
Aqui Zé:
http://myonethousandmovies.blogspot.com/search?q=Tini+Zabutykh+Predkiv
e o Sayat Nova também o encontras no My One Thousand Movies ;)
ops! desculpa Álvaro, realmente procurei no My one t. movies, mas, distraído como sou, procurei mal, e por isso não dei por ele. Já encontrei, mto obrigado.
Valeu!
Abraço!
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