13 de abril de 2010

Boudu Sauvé Des Eaux (1932)














Ao ver Boudu Sauvé Des Eaux lembrei-me de Rohmer e do seu Le Signe Du Lion. Porque tanto Boudu como Pierre Wesselrin são seres imutáveis, fiéis à sua natureza. E tanto no filme de Rohmer como em Boudu, eles hão-de sempre voltar às origens, como que de uma força interior incapazes de contrariar. Boudu mostra-se primitivo e animalesco mas livre. E é essa liberdade que extravasa em cada plano de Boudu, a comunhão com a natureza, com as margens do Marne. Essa liberdade a que o mendigo é incapaz de renunciar, essa liberdade que tantas vezes se confunde com loucura. E é esse o principal objectivo de Boudu Sauvé Des Eaux, mostrar a natureza daquele homem, a sua natureza. Renoir a isso era familiar, a isso recorria insistentemente nos seus filmes. E aqui pouco importa a história de amor entre o homem que o salva das águas do Marne e a jovem empregada. Aqui o importante é apresentar a imutabilidade daquele ser.

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