13 de outubro de 2009

Gespenster (2005)

Um filme de Christian Petzold








Há algo comum em todas as personagens de “Gespenster”, algo que é inclusivamente comum nas películas de Petzold. E esse algo é a solidão. A solidão que assola quase todas as personagens do filme. A falta de afecto está bem presente em “Gespenster”.
Já alguém disse que “Fantasmas”, título português, é um filme seco. E compreendo perfeitamente o porquê disso. Os diálogos curtos, a fria relação entre os personagens, a peculiaridade dos movimentos e da narração assim o atestam. E basta ver os primeiros cinco minutos para perceber que é um filme seco, cru e sobretudo uma grande aposta nas expressões corporais dos personagens.
Depois, Petzold reflecte na perda, na dor da perda, no desespero. A perda de um filho, a incerteza da sua existência. Mas o cineasta alemão explora ainda a marginalidade, o amor e a homossexualidade. E a relação entre Nina e Toni é o espelho da frieza, da incomunicabilidade pessoal e da mentira. Até porque a marginalidade está sempre presente.
E “Gespenster” é acima de tudo um filme sobre a solidão, a falta de afecto. Muito bom.

2 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

álvaro, sua escrita objetiva e detalhista, bem focada, me define. gostei muito da forma como escreve e estrutura seu texto pra definir cinema, parabéns! seu blog, este aqui, é de extremo bom gosto cinematográfico, já te sigo!

Álvaro Martins disse...

Cristiano,
obrigado pelos elogios. És sempre bem vindo :)