12 de janeiro de 2022


 

Pozitia Copilului, Cälin Peter Netzer, 2013

Pozitia Copilului, na versão portuguesa, Mãe e Filho (como o do Sokurov, mas coisa bem diferente e bem longe do lirismo da obra-prima do russo), é filme sobre o amor materno e, sobretudo isso sobretudo isso, sobre a força do amor materno, a incondicionalidade dele. Filmado com a câmara à mão, numa perseguição aos personagens, coisa na senda dos irmãos Dardenne ou, mais anterior, do Dogma 95 dos dinamarqueses von Trier e Vinterberg, Pozitia Copilului é coisa com uma certa crueza, realista e pessimista, ainda que no final se alcance a remissão, ou a tentativa dela. Mergulhamos num mundo frio e cruel, onde a corrupção e a arrogância burguesa reinam - realidade portanto -, e somos confrontados com a adversidade e com a reacção à adversidade. É importante realçar que a reacção e o seu desenvolvimento surgem e reflectem a natureza da relação das personagens centrais - mãe e filho -, relação conflituosa, de amor/ódio, onde a grande força motriz do filme ou a grande inferência é o amor incondicional materno que ignora éticas e moralidades e vai contra tudo e contra todos pela sua cria, ainda que esta não lhe agradeça e a rejeite. Muito bom!

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