“Mayak”, primeira longa-metragem da arménia Mariya Saakyan, filme ascético e embrenhado numa desolação quer interior quer exterior sobre um regresso a casa, carrega três importantes referências cinematográficas que resultam numa lírica e espantosa criação dum tratado da alienação dum povo em constante tumulto e mutação. Ora então:
Tarkovsky parece-me ser a elementar influência de Saakyan (ou pelo menos deste “Mayak”), a sua contemplação, nomeadamente várias semelhanças quer imagéticas quer sensoriais quer temporais a “Nostalghia” e a “Zerkalo”, o uso do sépia e do slow motion como recurso às memórias, o sentido poético, o poder da busca (ou apenas da reflexão) interior, o alheamento do indivíduo, a fé, etc.
Bartas, o cinema político de Bartas parece-me ser também base capilar para Saakyan, a desolação do pós-união soviética, coisa comum à Lituânia e à Arménia, ainda que aqui não se dê tanta relevância ao factor socio-económico em detrimento da guerra e da destruição desta. Daí, da guerra do Cáucaso e do tal pós-união soviética surge não só a desolação como a alienação do mundo face ao “estado das coisas”.
Sokurov, da plasticidade e da textura do seu cinema, do seu sentido metafísico (coisa que já vem de Tarkovsky também), da morte, do medo...
Tarkovsky parece-me ser a elementar influência de Saakyan (ou pelo menos deste “Mayak”), a sua contemplação, nomeadamente várias semelhanças quer imagéticas quer sensoriais quer temporais a “Nostalghia” e a “Zerkalo”, o uso do sépia e do slow motion como recurso às memórias, o sentido poético, o poder da busca (ou apenas da reflexão) interior, o alheamento do indivíduo, a fé, etc.
Bartas, o cinema político de Bartas parece-me ser também base capilar para Saakyan, a desolação do pós-união soviética, coisa comum à Lituânia e à Arménia, ainda que aqui não se dê tanta relevância ao factor socio-económico em detrimento da guerra e da destruição desta. Daí, da guerra do Cáucaso e do tal pós-união soviética surge não só a desolação como a alienação do mundo face ao “estado das coisas”.
Sokurov, da plasticidade e da textura do seu cinema, do seu sentido metafísico (coisa que já vem de Tarkovsky também), da morte, do medo...
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