18 de setembro de 2010

Jerichow (2008)













Num filme (thriller psicológico ou introspectivo) que começa num funeral e acaba com um suicídio, o mais importante (e o que realmente interessa) a realçar é a destreza de Petzold (facto que já tinha comprovado em Gespenster) em estruturar e desenvolver tanto a acção narrativa como as personagens. Petzold, de certa forma, faz-me lembrar Aki Kaurismäki. Isto, porque constrói em torno das suas personagens e das suas inter-relações uma fria e incómoda atmosfera. E isso é uma das razões que fazem de Petzold um talento escondido do mundo (ou pouco conhecido). Triângulo amoroso que dá vida a um jogo psicológico, onde Petzold se interessa mais por nos cativar relativamente ao que estarão a pensar e a planear do que propriamente pelo que fazem os personagens. Jerichow é sobre o recomeço e sobre o amor. É, sobretudo, um filme extremamente bem filmado (tem planos fabulosos), naturalista e empenhado nas expressões corporais. Muito bom filme.

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