Tinha muita ansiedade em ver este filme, penei uns tempos para o conseguir, mas valeu a pena. Sandro Aguilar é o Bartas português, ou pelo menos procura sê-lo. A mesma linguagem cinematográfica, a mesma procura na linguagem corporal, mas no entanto não tão rude nem tão cru e rudimentar como o lituano. A busca da liberdade cinematográfica, a fuga aos convencionalismos, à linearidade narrativa, e, acima de tudo a extrema importância que o cineasta dá a imagem e ao som, ao que estas conseguem transmitir e criar assim o seu cinema sensorial e reflexivo. Mas Lynch está bem presente nessa forma de filmar, de desenvolver a narrativa, nessa ausência duma narrativa linear, nesse ambiente negro e surreal. Poderíamos também falar de Tarkovsky ou de Sokurov para explicar esse sentido da (meta) física que o filme transporta. Mas mesmo identificando-se as influências, A Zona é um filme próprio, é um filme que nos leva a uma viagem introspectiva, sensível e psicologicamente violenta.
A Zona é um exercício sobre a perda, sobre a dor da perda. A morte sempre ali ao lado, à espera duma oportunidade. E Aguilar cria um filme obscuro (lembro-me de Inland Empire porque são semelhantes, ambos despreocupados na relação com o público, ambos filmes para descobrir a cada visualização). Porque A Zona não é um filme fácil, nem só pelo seu ritmo lento e pela quase ausência de diálogos, mas também pelo território que Aguilar pisa, pelo cinema tão próprio que ele quer explorar. E isso é comum nos grandes génios do cinema, essa procura por uma entidade própria, uma linguagem própria, um cinema próprio. A Zona é, a meu ver, um dos melhores filmes (longas-metragens) de estreia de sempre. É um filme para quem aceitar entrar nele, uma experiência enigmática para quem quiser explorar a dor que parece anestesiar todos os personagens. É um filme muito humano, muito frio, muito intenso. É, talvez, o melhor filme de 2008.
A Zona é um exercício sobre a perda, sobre a dor da perda. A morte sempre ali ao lado, à espera duma oportunidade. E Aguilar cria um filme obscuro (lembro-me de Inland Empire porque são semelhantes, ambos despreocupados na relação com o público, ambos filmes para descobrir a cada visualização). Porque A Zona não é um filme fácil, nem só pelo seu ritmo lento e pela quase ausência de diálogos, mas também pelo território que Aguilar pisa, pelo cinema tão próprio que ele quer explorar. E isso é comum nos grandes génios do cinema, essa procura por uma entidade própria, uma linguagem própria, um cinema próprio. A Zona é, a meu ver, um dos melhores filmes (longas-metragens) de estreia de sempre. É um filme para quem aceitar entrar nele, uma experiência enigmática para quem quiser explorar a dor que parece anestesiar todos os personagens. É um filme muito humano, muito frio, muito intenso. É, talvez, o melhor filme de 2008.
7 comentários:
Já tinha curiosidade em ver, mas com esta última frase :O
Deixaste-me muito ansioso. Vou vê-lo, provavelmente, amanhã no cineteatro ao lado da minha escola e logo direi se estamos ou não de acordo.
Abraço!
Bem... vi-o e adorei completamente, como também podes ler no meu texto de opinião. A cena do recém-nascido incubado é de longe uma das melhores de todo o filme, por sintetizar bem o estudo antropológica deste filme inigualável.
Abraço!
Ainda bem que gostaste Flávio :)
O filme é muito bom.
Fiquei muito curioso... Sabes se existe algum link para fazer download?? Obrigado.
Filipe, há estes links:
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Muito obrigado! Já estou a tirar... :)
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