Estava a ver o filme e lembrei-me de Kassovitz, da crueza do seu cinema. Não tão violento, mas cru, desesperadamente crítico social. Un Prophète é essencialmente uma reflexão sobre aquilo que supostamente seria o local apropriado para a reabilitação pessoal, humana e social, mas que se revela exactamente o contrário, que se revela, por vezes, como a origem da criminalidade no indivíduo. Audiard explora o poder da máfia, explora a corrupção, explora a imposição na escolha do crime em detrimento da reabilitação do indivíduo. E o cineasta francês faz um filme cru, frio. Faz um filme anti-árabe, anti-corso, enfim, anti-imigrantes. Aponta o dedo aos imigrantes e ao sistema judicial e policial francês. Grande filme.
2 comentários:
Não vi, não vi, mas é óbvio que está na lista daqueles que espero para ver. Já viste O Laço Branco? É melhor?
Abraço!
Já. Este é melhor, mais cru, mais directo na sua mensagem, mais actual. Se procurares tá por aqui um texto sobre o Das Weisse Band. Aliás, para mim não é o melhor filme do Haneke, mas bem longe.
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