Aqui está uma obra simples sobre o amor, a amizade e a descoberta destes. Em plena ocupação soviética da Checoslováquia, mais precisamente no ano de 1988, em Praga, um homem de meia-idade, Louka (Zdenek Sverák), violoncelista, solteiro por opção, encontra-se com problemas financeiros depois de ter sido demitido da Filarmónica. Para combater essa crise financeira que o persegue, Louka toca em funerais e vai restaurando lápides. Um dia, Broz (Ondrej Vetchý), o coveiro, propõe-lhe um casamento falso com uma russa, a sua sobrinha, com a finalidade desta conseguir cidadania Checa. Com uma dívida razoável e a necessidade de comprar um carro, Louka aceita a proposta embora vá contra os seus princípios. Mas, dois dias depois do casamento, a rapariga russa foge para a Alemanha Ocidental deixando o seu filho Kolya (Andrei Chalimon) com a tia. A tia, a quem o garoto chama de avó, tem um ataque e o garoto tem de ir para os cuidados de Louka. A tia morre e Louka terá de ficar indeterminadamente a tomar conta da criança. Louka é-nos apresentado como um homem que não gosta de crianças, mulherengo, solitário e complicado. A relação com Kolya vai mudar a sua visão da vida, vai trazer-lhe um sentimento que ele julgou não ter. Vai trazer-lhe afecto e amor pela criança. A certa altura do filme, Kolya começa a tratá-lo por pai e é nítida a reacção de surpresa e de preocupação que Louka demonstra. A verdade é que Louka não queria apegar-se à criança, mas acaba por se apegar.
Vindo da República Checa, foi vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1997 e surpreendeu-me muito pela simplicidade da construção narrativa não obstante a um argumento sólido e de qualidade. A sua fotografia e a música, clássica, tornam o filme mais belo e mais rico. Jan Sverak realizou um filme que nos fala de amor e de amizade em tempos difíceis. “Kolya” é uma fábula simples, divertida e apaixonante que vem de um país onde o cinema não tem grande expressão artística no mundo. Mas o que é certo é que “Kolya” é a prova de que também aqui se podem fazer bons filmes.
Vindo da República Checa, foi vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1997 e surpreendeu-me muito pela simplicidade da construção narrativa não obstante a um argumento sólido e de qualidade. A sua fotografia e a música, clássica, tornam o filme mais belo e mais rico. Jan Sverak realizou um filme que nos fala de amor e de amizade em tempos difíceis. “Kolya” é uma fábula simples, divertida e apaixonante que vem de um país onde o cinema não tem grande expressão artística no mundo. Mas o que é certo é que “Kolya” é a prova de que também aqui se podem fazer bons filmes.
3 comentários:
Eu achei este filme maravilhoso, surpreende-me que ninguém aqui o tenha comentado.
só uma pergunta, não percebi porque dizes "vem de um país onde o cinema não tem grande expressão artística no mundo"... o cinema Checo e a Escola de Cinema de Praga são bastante conhecidos nos circuitos de cinema, têm realizadores bastante activos e produzem bastantes filmes por ano... os quais enchem salas de cinema. se o cinema checo não se faz ouvir nos circuitos comerciais isso é o mais normal... já que maioritariamente só temos acesso a filmes ocidentais ou caso sejam provenientes de outros países têm de ter um cunho de aceitação ocidental. só queria deixar a minha opinião(:
E tens toda a razão Virginia, na altura conhecia muito pouco cinema checo, o que me levou a escrever isso.
PS: e podes deixar a tua opinião sempre que quiseres :)
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