2004, Ha'aretz hamuvtakhat, Amos Gitaï
| promessa envenenada |
hotel terra prometida tem o condão de atravessar as suas fronteiras sempre aliado à crueza e ao intimismo que a sua história reclama; o israelita, que mexe com simbolismos, opta pelos grandes planos e colados aos seus personagens, na proximidade e na inclusão do espectador na trama; associado ao negro da noite, e das trevas em que aquelas mulheres imergem, gitaï foca o seu objectivo mais na desumanização de todo o processo do que propriamente na finalidade (a prostituição) de todo esse processo… na verdade, é nas trevas que hotel terra prometida faz todo o seu percurso e atravessa as suas fronteiras, mas nunca se dissociando do seu hades nem dos seus carontes, até ao final em que a luz, que vem do fogo, abraça aquela mártir; é sim, com aquela câmara à mão, uma descida vertiginosa ao hades israelita, sem que gitaï necessite de enveredar por nenhum grafismo para chocar ou sensibilizar - e aí me parece residir o maior trunfo do filme; brutal
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