1975, Mutter Küsters' Fahrt zum Himmel, Rainer Werner Fassbinder
sobre o mutter küsters: é das coisas mais cínicas e descrentes do seu cinema, se bem que todo o seu cinema seja descrente ou pessimista, filme no meio da transição da primeira para a segunda fase de fassbinder (parece-me), portanto, ainda straubiano e brechtiano e nouvelle vaguiano, mas já sirkiano e menos formal na interpretação, sirkiano sobretudo no final alemão (o americano é um happy end curioso); declara nele toda a feiura do mundo para arrasar com todos os movimentos políticos e ideológicos e espreme assim toda a conduta desprovida de escrúpulos e empatia na ânsia da obtenção de uma única coisa, o poder; opõe a candura à malícia, prevalecendo a malícia no final alemão e a candura no americano.
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