O último assayas deixou-me indeciso sobre o que achar dele, pretende ser várias coisas ao mesmo tempo, sem que seja necessariamente competente nem inepto, mas resulta num certo pretensiosismo que cria algum desconforto no espectador; hors du temps é uma mistura de rohmer com woody allen e sang-soo, recheado de referências literárias e cinematográficas, naquilo que pretende ser uma análise ao comportamento humano em tempos de isolamento pandémico; as tensões criadas entre os personagens são mal exploradas (ou insuficientemente exploradas), confunde-se a origem dos conflitos oscilando entre as memórias da infância e o isolamento em si, a paranoia “covideira” dum vs o relaxamento doutro, etc; assayas faz um filme de diálogos e aquilo que mais me ficou foi o pretensiosismo eclético que o cineasta adopta descurando assim do desenvolvimento das suas personagens e das suas neuroses/conflitos…
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