20 de março de 2025

 


Jeongmal meon gos (2020, Park Kun-Young) 


 A distant place é um filme inteligente, consegue transmitir uma mensagem subliminarmente sem se tornar um chorrilho quer de propaganda quer de sensacionalismo; na verdade, em todo o seu lirismo que coexiste na perfeição com o realismo, o filme de kun-young fala-nos de amor e das barreiras que a sociedade lhe criou; mas o mais interessante em a distant place é não fazer da temática um panfleto propagandístico, ainda que no fundo, a mensagem esteja lá; em todo seu vórtice psicológico e na sua imersiva imanência das personagens - alcançando mesmo o mediúnico lá perto do final -, o filme projecta em si o conflito interior de quem enfrenta o preconceito e se vê face à iminência de abdicar de quem criou; ora está, naquilo que o filme de kun-young reclama, a plenitude do amor, a recusa em se centrar na questão homossexual resulta na sua grande vantagem, reforçada pelo ritmo, pela contemplação e pelo distanciamento que a própria câmara adopta a maior parte das vezes… sem ser exuberante, a distant place resulta num filme bastante competente.

 

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