15 de março de 2025

 


1995, La fille seule, Benoît Jacquot 


| la solitude | 


 Primeira coisa de jacquot que vejo, maravilhamento total! Se la fille seule não é uma obra-prima, anda lá perto, muito perto; num filme tão bressoniano quanto se pode ser, jacquot é exímio e soberbo na sua linguagem cinematográfica - na atenção ao detalhe, na perseguição à personagem (a belíssima ledoyen), no ritmo que imprime na tela, nos movimentos, nos raccords… é, portanto, na magistralidade da sua mise-en-scène que se dilata a sua narrativa, aí se encontram linguagem técnica e narrativa e se envolvem e se complementam; por isso que la fille seule resulta tão bem numa história relativamente simples duma jovem que decide ser mãe solteira, onde a genialidade de jacquot explora os detalhes (e é aí que a influência de bresson se declara abertamente) com os seus movimentos de câmara, explora o comportamento humano com os gestos, os olhares, os impulsos, etc; maravilhoso!




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