13 de março de 2025


 

1977, Budapesti mesék, István Szabó 


Numa alegoria que vaticina, entre outras coisas, o destino da nação húngara, budapesti mesék analisa o comportamento humano de forma tão lírica quanto subjectiva; em meio à sua rudeza e à liberdade narrativa que faz da metáfora a sua cadência cardíaca, o filme de szabó fala da colectividade como força motriz da humanidade e da individualidade (e tudo o que ela traz de arrasto) como a sua grande ameaça.

 


Havia
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.

Martelava no escuro.
Martelava
no chão da água.

Do fundo do tempo,
martelava.
Contra o muro.

Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.

(Eugénio de Andrade)

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