12 de fevereiro de 2023


 

1937, You only live once, Fritz Lang

A dada altura, depois de Eddie matar o padre, ele diz-lhe a Joan (e importa referir as magníficas interpretações de Sidney e de Fonda): “fizeram de mim um assassino”, e é nessa fala, assim como naquele plano espantoso que no inicio nos mostra o primeiro beijo do casal (e cena tão simbólica, que nos revela a tragicidade, é rara nos dias de hoje em Hollywood) entre as grades, já ele solto do cárcere, como que a dizer-nos que aquele amor está condenado e preso, que Lang mostra ao que vem, a condenação do sistema em si, da sociedade (e fazer uma coisa política desta natureza em 37 num país como a América do final dos anos 30 é obra), da forma como os prisioneiros (mesmo os inocentados) eram tratados e “tolhidos” sem que houvesse espaço para a reabilitação. Dá-se a derrota do amor e a vitória da injustiça. You only live once do Lang é daquelas coisas negras e trágicas tão assombrosas e monumentais quanto as grandes tragédias de Sófocles ou de Shakespeare ou de…

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