17 de janeiro de 2010

Laitakaupungin Valot (2006)
Aki Kaurismäki

Se há cinema frio como o gelo, esse cinema é o de Kaurismäki. Frio a todos os níveis, na construção das personagens, na condução narrativa. E essa frieza das relações inter-pessoais que o finlandês cria, contrasta com a verdadeira mensagem do filme, o cerne da questão de toda a obra. Porque, embora todo o ambiente, toda a construção narrativa e direcção de actores que Kaurismäki filma seja gélida e crua, o argumento de Luzes na Escuridão é, afinal de contas, sentimental, humano, delicado. Mas, além de expor o ridículo, o insólito, o finlandês condena a sociedade. E depois temos Koistinen, o espelho da solidão, da inércia e da inocência. Mas o mundo não é para os apáticos, para os inocentes. E Kaurismäki deixa isso bem claro.

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