"Que é "autobiográfico" é evidente, na medida em que reproduz o percurso do próprio Iosseliani, que também chegou a um ponto - nos anos 80 - em que se fartou das complicações levantadas pela censura na URSS e passou a fazer os seus filmes em França ("Os Favoritos da Lua" foi, justamente, o seu primeiro filme francês). Mais ainda, a ironia melancólica - e nunca cínica, nunca ácida - com que Iosseliani faz o relato deste percurso coincide com um dos motivos fundamentais dos seus últimos filmes, o tema da viagem e da decepção no fim do caminho, como se todos os lugares fossem mais ou menos equivalentes e as mesmas coisas se passassem, mais ou menos, em todos os lugares."
Luís Miguel Oliveira
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Chantrapas - Otar Iosseliani (2010)
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